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Na semana mais agitada do futebol em todos os tempos, “Sepp” Blatter renunciou à presidência da Fifa. Mas o escândalo de corrupção que provocou sua partida continua. Surgiram denúncias de todos os lados com elevado teor de demolição. Tudo no melhor estilo dos ratos que se atropelam no porão enquanto o navio vai afundando.

O futebol brasileiro, atingido no peito, com a prisão de um ex-presidente na Suíça e outro denunciado pelo FBI nos Estados Unidos, apresenta cenário assustador cujo personagem principal – o atual presidente Marco Polo Del Nero – tenta sobreviver a todo custo.

É importante prestar atenção no que se passa nos bastidores da politicagem futebolística nacional. Parece claro que o senhor Del Nero deseja atropelar os fatos para garantir-se no poder, mesmo ao custo da completa desmoralização do futebol e do atraso da modernização que seria representada pela criação da liga independente dos clubes para a organização dos campeonatos.

Ao convocar os clubes da primeira divisão, todos com direito a voto nas eleições, para uma reunião, amanhã, na sede da CBF e os presidentes das federações para uma assembleia extraordinária na quinta feira, o sinal vermelho do painel de controle acendeu.

Tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, com destaque a ameaça do primeiro vice na linha sucessória – o catarinense Delfim Peixoto, que cozinhava deliciosas peixadas para Ricardo Teixeira e acabou virando cartola do futebol – de virar a mesa na assembleia que tem como prato principal a reforma do estatuto da confederação para atender aos interesses pessoais do presidente Del Nero.

Não poderia haver momento mais propício para a união dos clubes na implantação da liga, deixando para a CBF os encargos com as seleções e para as federações a gestão do futebol amador. Resta saber se há consenso e altruísmo suficientes para que os dirigentes dos clubes possam caminhar na mesma direção.

O sistema do futebol brasileiro padece de um mal congênito e a solução para esse problema será, naturalmente, legislativa. Ou seja: é preciso partir para mudanças radicais começando com o desligamento da CBF e o aumento da responsabilidade gestora dos clubes.

Depois virão as negociações com o governo para a regulamentação da Lei de Responsabilidade Fiscal, ampla renegociação para a venda dos próximos campeonatos, enfim, profunda transformação nas arcaicas estruturas do mais popular esporte.

O principal problema é acreditar na grandeza de quem administra o futebol como um universo paralelo, em que se gastam fortunas para contratar e manter jogadores e técnicos de suposto “alto nível”, enquanto no mundo real os dirigentes vivem a reclamar que a conta não fecha.

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