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Uma combinação de fatores inter-relacionados – que inclui má gestão administrativa, má gestão futebolística, esfacelamento patrimonial, pobre situação financeira, afastamento de dirigentes importantes, falta de critério na escolha de técnicos, êxodo de jogadores e queda de público – expressa de forma peremptória os problemas enfrentados pelo Paraná Clube.

Nascido da união entre o popular e problemático Colorado com o pujante e de pequena torcida Pinheiros, o novo clube reunia todas as condições para se transformar em potencia do confuso e mal gerido futebol brasileiro.

O Paraná Clube foi do céu ao inferno em sua eletrizante trajetória.

Associação invejada nacionalmente pela organização, administração enxuta, patrimônio consolidado e saudável fluxo de caixa na primeira década de existência, foi perdendo fôlego após cada gestão desastrosa e cometeu o mais grave dos erros que foi desfazer-se do patrimônio.

Hoje o simpático time da Vila Capanema sofre os efeitos da patologia administrativa que corrói suas energias. É o resultado de uma estrutura dual que oscila entre códigos modernos e tradicionais, com jogadores profissionais e dirigentes amadores. A crise do seu futebol reflete a grande crise do próprio clube.

Troca-se de treinador como se fosse ele o único responsável pelo rosário de insucessos dentro do campo.

Chamou atenção a declaração do novo contratado, Roberto Fernandes, conhecido por frases de efeito e filosofadas populares, perguntado por um repórter se já havia concluído o planejamento para tentar salvar a equipe no campeonato: “A hora não é de planejamento, mas de ‘fazejamento’”.

Ele deve ter se inspirado no velho dilema dos empreendimentos com projetos incertos ou simplesmente sem projetos.

Profundamente lamentável que o Paraná Clube tenha chegado a esse ponto de inoperância e falta de perspectiva.

Lição

Lição de jornalismo investigativo foi dada por repórteres do jornal inglês The Telegraph ao desmascarar esquema de corrupção com a participação de Sam Allardyce, técnico da seleção da Inglaterra que foi dispensado do cargo.

Praticando modos condenáveis que são relativamente comuns no futebol brasileiro, Allardyce participava da negociação de passes de jogadores faturando milhões com isso.

Jornalistas se passaram por agentes de clubes orientais, dispostos a investir bastante dinheiro e precisavam do prestígio do técnico da seleção inglesa.

Tudo devidamente documentado e publicado serviu para desmoralizar o treinador malandro. Deve ser horrível viver em um país com esse tipo de gente nos altos escalões do futebol. Sorry.

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