O time do Atlético foi do céu ao inferno entre o sofrido triunfo sobre o Flamengo e a humilhante goleada para o Coritiba. E tudo aconteceu dentro da Arena da Baixada. Sob os olhares dos torcedores atleticanos que foram ao estádio e experimentaram dois tipos de sensação completamente diferentes: o êxtase pela vitória reabilitadora na Libertadores diante de um dos considerados favoritos ao título e o desconcerto pela derrota inesperada na primeira final do campeonato estadual.
O drama do futebol moderno: com torneios superpostos, jogo a cada três dias e grande exposição na mídia, os jogadores não conseguem curtir as vitórias e muito menos amargar os fracassos. Simplesmente não dá tempo. Coloco-me no lugar de um jogador do Atlético que ainda deve estar atordoado com o fracasso no clássico e já está concentrado para decidir a classificação na Libertadores.
Novamente diante da mesma plateia, só que em vez da boa vontade e compressão para qualquer tipo de jogada, o torcedor olhará a equipe com amargura. Ninguém mais do que o apaixonado e fiel torcedor sabe o quanto dói sofrer uma goleada em Atletiba.
Talvez alguns, ou muitos profissionais, não sintam o mesmo, afinal eles são pagos para jogar e não para torcer ou sofrer. Basta lembrar das entrevistas na saída do campo em que invariavelmente os derrotados dizem que “desta vez não deu, nas vamos partir para outra e tentar alcançar o nosso desiderato...”
Mas alguns, ou muitos jogadores, fazem questão de comemorar os gols beijando o escudo do clube bordado no peito. Na maioria das vezes não se trata de um ato de amor. O que os atletas-beijoqueiros estão mostrando é afeição a quem lhe paga mais. Notem que os grandes jogadores, aqueles que não se curvam as conveniências do momento, não costumam cometer tal gesto.
Ficam felizes com o gol marcado, festejam com os companheiros, reverenciam o público, mas sem cometer excessos. Para resgatar a imagem o time do Atlético terá de vencer o San Lorenzo, classificar-se com antecedência e voltar às boas com a torcida. Mas que Paulo Autuori seja mais comedido em suas declarações. Para o bem ou para o mal, o treinador precisa ser menos personalista e mais compreensivo com os sonhos do povão atleticano. Ele erra quando esnoba o título do Estadual, do mesmo jeito que se contradiz ao afirmar que tem diversos jogadores cansados pelas exigências do calendário. De duas uma: ou o elenco é pequeno e limitado ou o seu planejamento para o revezamento de atletas falhou.
Técnicos de futebol não beijam o escudo mas são os que mais escorregam na falta de coerência. A começar pelo fato de trocarem de time durante a mesma temporada. Trata-se de um grande negócio, já que a cada demissão embolsam valores substanciosos a título de multa. Como são muito cobrados, vivem tensos e acabam dizendo coisas que mais tarde podem se arrepender.
É como diz o velho ditado: quem fala demais acaba dando bom dia para cavalo.
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