Quando a seleção olímpica começar a partida com Honduras espera-se que os jogadores brasileiros tenham consciência de que a chegou a hora da verdade. Os percalços da fase classificatória, a enxurrada de vaias e críticas despejadas sobre Neymar e companhia devem ter mexido com todos.
Houve maior concentração nos jogos seguintes, inclusive com a demonstração de maturidade para fugir das ignorantes provocações e lances faltosos da Colômbia.
Além de alguns bons jogadores que todos conhecem e de agradáveis novidades como o volante Walace e o meia Luan, o que ainda falta é um jogador que faça algo diferente dentro de campo. Alguém com passes precisos, jogadas criativas ou dribles que possam distingui-lo da média geral. Era para ser Neymar, mas apenas com os colombianos ele teve atuação linear.
Falta o craque, aquele que cria vitórias por conta própria, que antevê a jogada, que vislumbra o campo e produz lances decisivos. Ele era comum nas seleções, sobretudo naturalmente as que foram campeãs mundiais, mas também, por exemplo, na equipe da Copa de 1982, que não ganhou o título, mas deixou saudade pelo show de bola na Espanha.
Hoje temos Neymar, que, mais do que ninguém, sabe da necessidade de chamar para si a responsabilidade de levar o time para mais uma final olímpica no futebol masculino. É nessas horas que o craque desabrocha e entra para a história.
Colhendo frutos
Conversando com Edson Gradia, que foi secretario de Esportes no governo Alvaro Dias, lembramos do tempo em que o centro de treinamento da Confederação Brasileira de Ginástica funcionava em Curitiba.
Foi na época em que a professora Vicélia Ângela Florenzano presidia a entidade – de 1991 a 2009. Ela foi a maior responsável pela fantástica transformação da ginástica olímpica no país começando pela contratação do professor Oleg, técnico ucraniano e sua esposa, que iniciaram a preparação de uma geração de atletas de alto nível.
Com a saída da professora Vicélia da presidência da Confederação o Paraná perdeu a sede do centro de treinamento, que mudou para o estado do Sergipe. Pena que o esporte olímpico brasileiro seja movido conforme o ritmo da politicalha praticada pelos donos do poder. Por estas e outras, um país com mais de 200 milhões de habitantes ainda não possui políticas públicas definidas e estruturadas para todas as áreas de interesse da população.
Houvesse maior seriedade e competência na aplicação da educação do povo certamente há muitos anos estaríamos contemplando histórico de conquistas olímpicas a altura do talento da juventude nacional.
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