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Os raros melhores mo­­mentos do campeonato resumiram-se aos três clássicos, sendo que um deles – o melhor do ponto de vista técnico – foi disputado em Paranaguá, com triunfo do Para­­ná sobre o Coritiba.

O encontro entre atleticanos e paranistas foi prejudicado pelo mau estado do gramado da Vila Capanema e o Atletiba caracterizou-se pela rivalidade, mas o toque de bola do Coxa foi marcante.

Hoje, com a realização do primeiro clássico do octogonal, a expectativa é boa.

Pelo lado tricolor, em virtude da campanha de resultados implantada por Marcelo Oli­­veira. Além de jogar em campo ruim dentro de casa, o técnico e os jogadores tiveram de enfrentar as mazelas financeiras que corroem a imagem do clube nos últimos anos, e mesmo assim estão invictos há dez partidas.

Só por esse retrospecto, o time do Paraná merece respeito.

Pelo lado alviverde, tendo em vista o rendimento da equipe na primeira fase, quando liderou de braçada não se sentindo ameaçado de perder o supermando em nenhum momento.

Os jogadores se conscientizaram da necessidade de maior esforço desde o retumbante fracasso no ano do centenário, quando a diretoria prometeu o céu aos torcedores, que conheceram o inferno do rebaixamento nacional.

E eles estão fazendo a sua parte, dentro das possibilidades de cada um. Ou seja, mesmo sem grande brilho técnico o Coxa é o favorito à conquista do título.

Ataque&Defesa

O sucesso do novo time do Santos sob o comando do técnico Dorival Júnior tem arrancado suspiros dos amantes do bom futebol e intrigado os observadores mais exigentes. Explico. Durante o jantar comemorativo do décimo aniversário da Mesa Real – confraria que reúne al­­guns renomados e veteranos conhecedores de futebol –, um dos temas foi este: o Santos de hoje repete o Santos dos anos dourados de Pelé quando o ataque arrasava, mas a defesa fa­lhava.

Não concordei com a tese de que os zagueiros santistas eram falhos nos tempos de Pelé. Os de hoje, sim, são bem fraquinhos, com destaque ao nosso conhecido Durval. Porém, quando co­­meçou a decolar como a melhor equipe brasileira durante os 15 anos de Pelé o Santos contou com beques do nível de Ramiro, Formiga, Urubatão; passando para Lima, Mauro, Calvet e Dalmo; depois Oberdan e Ra­­mos Delgado até chegar ao nível de Carlos Alberto Torres, Joel Ca­­margo e Rildo.

Na verdade o time sofria muitos gols porque atacava e jogava aberto sem qualquer preocupação defensiva, confiando nos atacantes Dorval, Mengálvio, Pagão, Coutinho, Pepe, Edu, To­­ninho, Pelé e outros que encantaram as plateias do mundo inteiro.

Hoje, com Ganso, Wesley, Ro­­binho, Neymar, André e outros, se conseguir melhorar o padrão da zaga, o Santos se tornará uma máquina tão espetacular quanto aquela que bateu todos os recordes no fim dos anos 50 e durante a década de 60.

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