Há alguns anos o torcedor paranaense não assistia à um início de campeonato tão equilibrado e com os três maiores campeões levando a competição a sério.
Coritiba e Paraná jamais abdicaram de lutar pelo título estadual, porém o Atlético passou algumas temporadas tentando ser diferente e acabou mal na foto. Primeiro, porque acumulou muitos anos sem ser campeão causando desestímulo no torcedor, que poderia ter se tornado sócio se o apelo em campo fosse mais forte; segundo, porque a incoerência de acabar com o projeto “sub-23” no meio da disputa, com a escalação da equipe principal, que acabou no Torneio da Morte, foi a gota d’água que quase custou a reeleição da chapa da situação. A pequena diferença de votos foi intrigante diante do gigantismo da expansão patrimonial do clube nos últimos tempos.
Como promessa de campanha, que deve ter influenciado a decisão de muitos eleitores, para tentar recuperar o título depois de sete anos na fila, o Furacão fez contratações e colocou o bloco na rua. Se o técnico Cristóvão Borges acertar na escalação, o time pode decidir de novo.
Maior campeão da história, o Coritiba vem de um amargo vice – dois triunfos incontestáveis do Operário nas finais de 2015 – e trabalha intensamente para recuperar o prestígio. Tanto que manteve a base do elenco e continua atrás de reforços com o objetivo de oferecer boas condições ao técnico Gilson Kleina.
O Coxa tem sido competitivo, tanto que além do tetra estadual decidiu duas edições da Copa do Brasil nos últimos anos. Poderia ter sido campeão no torneio nacional se jogasse com mais personalidade nas partidas fora de casa. Tanto frente ao Vasco, em 2011, quanto ao Palmeiras, em 2012. Com o desmonte daquele grupo, não se formou até agora outro com o mesmo padrão de jogo. É importante arregaçar as mangas para reencontrar o caminho.
O Paraná tem sido um desafio diário para os dirigentes. Às vezes, fico imaginando como seria o dia a dia em uma organização com tantas dificuldades financeiras, pendências judiciais, questionamentos patrimoniais, manutenção de uma equipe minimamente competitiva e outras coisas mais. Tudo sob os olhares dos associados, dos torcedores e da mídia, que não perde a esperança de melhores dias para o simpático time.
Deve ser mais ou menos como trabalhar dentro de um aquário gigante.
E, para aumentar a expectativa da torcida, a nova formação, agora sob o comando do técnico Claudinei Oliveira, deixou impressão favorável nas primeiras rodadas do Campeonato Paranaense.
Como o Fantasma parece ter perdido o fio da meada com a troca de treinador – Itamar Schülle por Antônio Picoli –, surge o Londrina com o maior cacife entre os representantes do interior. O jogo de quinta-feira, com o Coritiba, no Alto da Glória, será um teste interessante.