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O mundo era melhor quando era pior?

É a pergunta que alguns nostálgicos da bipolaridade começam a fazer quando se constata que a nova ordem mundial, após a dissolução da União Soviética, não simplificou as coisas como se esperava.

Pelo contrário, alguns dos velhos vícios nacionais ressurgiram. E o mundo passou a conviver com incertezas.

Nos países ocidentais, a arteriosclerose da política se tornou repentinamente visível. Nenhum líder político ocidental, de Obama a Hollande, de Merkel a Cameron, podem realmente cantar vitória, porque em seus países tanto o governo quanto a oposição parecem atingidos pela mesma doença.

No Brasil não tem sido diferente. Com excessivo número de partidos políticos, de barganhas banhadas por doses transoceânicas de corrupção, chegamos ao ponto em que estamos. Ninguém consegue prever, conscientemente, o que vem pela frente.

O mundo dividido em duas grandes ideologias tornava cômodo raciocinar sobre os problemas. O que não era de um lado, era o seu contrário, e vice-versa. A ditadura comunista derreteu, mas a ideologia esquerdista sobreviveu. E as democracias tradicionais começaram a sofrer com o ressurgimento de discussões religiosas, sobressaltos étnicos, conflitos raciais e atentados terroristas.

O bipolarismo era uma ordem mundial: regulava as relações entre os Estados. Era também uma ordem mental: organizava a cultura, as atribuições, as soberanias.

Os países do bloco soviético viviam no arcaísmo, no isolamento e na paralisia, pois desconheciam a oposição ao regime. Essa coisa de esquerda e direita no plano das ideias e das disputas políticas só existia no ocidente.

Debaixo daquela aparente tranquilidade dos tempos da “guerra fria” escondiam-se os germes do desafio que ressurgem atualmente com toda a força.

Há riscos de mais conflitos e até mesmo guerras, mas seguramente o pluralismo é melhor do que o bipolarismo.

Tentando entender o que esta acontecendo verificamos que o esporte também sofreu radicais transformações nas últimas décadas.

As atividades olímpicas se profissionalizaram totalmente e, exatamente por isso, aumentaram o uso e o combate ao doping.

O futebol mercantilizou-se ao ponto de toda a cúpula da Fifa e das principais confederações continentais entrarem em colapso.

Autuações, afastamentos, destituições, prisões, enfim um coquetel explosivo que atingiu em cheio o coração do futebol mundial.

Por aqui, a CBF sobrevive aos trancos e barrancos enquanto os grandes clubes se movimentam para a criação de ligas independentes.

O ritmo é de muita agitação nos bastidores e ninguém consegue enxergar com clareza como será o amanhã.

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