Dunga está empenhado na construção de Dunga. Ou, por outra, o atual técnico da seleção brasileira, que jamais havia sido técnico, procura estabelecer critérios bem claros em seu relacionamento com os jogadores com o objetivo de impor a sua autoridade e despertar o respeito de todos.
Ele está vivamente empenhado em construir uma imagem positiva e simpática.
Essa experiência de manter na reserva os dois maiores astros do futebol brasileiro e, provavelmente do futebol mundial, causou certo mal-estar, arrancou suspiros de reprovação de alguns, mas a bem da verdade é importante reconhecer que Dunga agiu corretamente.
Ele não podia desprestigiar o grupo que comeu o pão que o Hugo Chávez amassou até chegar áquela belíssima apresentação contra a Argentina na conquista da Copa América. Com habilidade, sem perder a humildade e muito menos a autoridade, ele conversou com Kaká e Ronaldinho ao mesmo tempo em que fortaleceu o amor próprio dos naldos, fernandos, elanos e vagner loves da vida.
Acabou dando certo o enredo preparado pelo treinador que, ao final do fraco jogo e da pálida vitória sobre a sofrível seleção da Argélia desculpem a adjetivação, mas ela se faz necessária enalteceu o espírito de grupo e, sobretudo, a atuação de Ronaldinho e Kaká.
Pronto, ele manteve elevado o moral dos campeões da América e indicou que na hora das Eliminatórias, quando a cuíca roncar, vai mandar a campo o que tem de melhor. Ou seja, os dois craques e, dependendo do seu estado físico e técnico, até mesmo Ronaldo Fenômeno.
Graças ao título conquistado na Venezuela, o Brasil manteve-se na liderança do ranking da Fifa com 1.508 pontos, aparecendo a Argentina em segundo lugar e a Itália em terceiro.
Construindo, artesanalmente, a sua imagem, Dunga vai prosseguir com o enredo nos amistosos de setembro com Estados Unidos e México, mas já está de olho na largada das Eliminatórias, em outubro, quando a seleção enfrentará a Colômbia, em Bogotá, e o Equador, no Maracanã, depois de um longo e tenebroso inverno distante do estádio mais charmoso do planeta.
O livro do Guarani
O jornalista e historiador José Cação Ribeiro Júnior, que já havia lançado livros contando a história do Operário Ferroviário e do futebol de Ponta Grossa, agora apresentou o livro "Guarani, o clube que conta sua história".
Trata-se de detalhada narração do famoso Bugre Princesino, que marcou época no futebol e no basquete paranaense, sobretudo na década de 1950.
Dentre os inúmeros craques revelados pelo Guarani gostaria de destacar o ponteiro Cireno Brandalise, que formou com Jackson do Nascimento a ala esquerda do famoso Furacão do Atlético. Cireno completou nesta semana 86 anos bem vividos. Parabéns à família bugrina de Ponta Grossa!
carneironeto@gazetadopovo.com.br
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