Em um país onde o ensino público é precário e a cultura geral ainda engatinha, é preciso mudar o enfoque do consumo cultural.
Aqui, tudo o que o ser humano faz em sociedade significa uma atitude cultural. Ou seja, o que se aplica aos países do Primeiro Mundo não serve para o Brasil que, pela pobreza intelectual da maioria e pelas dificuldades impostas pelas desigualdades sociais, apresenta outro tipo de atitude cultural.
Isto quer dizer que cultura é muita coisa e o seu consumo entre nós é completamente diversificado, múltiplo, pleno de escolhas as mais variadas.
Neste fim de semana posso dormir para descansar, ler um livro, ouvir música, ir pescar, ir ao teatro, à sessão da meia-noite no cinema, ir dançar, rezar, bater papo no bar ou não fazer nada disso. Todas estas são, por incrível que pareça, escolhas culturais. Neste sentido são, também, escolhas de consumo da cultura.
É evidente que isso é uma forma para facilitar a vida das pessoas, baixando o grau de exigência para criar um misto de contato com a arte, convívio social, lazer, indústria cultural e demais alternativas nessa linha.
Mas é importante lembrar que para muitas pessoas, talvez a maioria da população, a forma tradicional de absorver informação cultural é assistir televisão. Não só por ser um programa sem custo, a não ser o consumo da energia elétrica e o desgaste do aparelho, mas por questão de segurança.
Muita gente, mesmo tendo condições de deslocar-se para onde bem entender, prefere passar o domingo em casa.
Em termos de programação, claro que a televisão aberta é muito pobre, mas existem opções interessantes nas estações por tevê a cabo.
Ou um domingo de futebol? Está aí, talvez, a maior curtição de cultura popular que existe no Brasil.
O futebol é uma festa natural, com direito ao sol, ao samba, a alegria, ao sanduíche, a bebida e as brincadeiras com os amigos que se encontram no estádio para rir e chorar juntos com o time de coração.
O jogo de futebol deve ser considerado como equivalente a qualquer outro tipo de experiência cultural de consumo. Seja a do ricaço que recebe os amigos para o almoço a beira da piscina e no meio da tarde vai para o estádio, seja do intelectual de leitura, do vídeo e do bar sofisticado com amigos madrugada a dentro que não perde o seu joguinho para extravasar seus sentimentos nos clássicos e nas peladas.
Esse negócio de consumo cultural é relativo. Depende do ângulo de visão de cada um.
Num certo sentido, nosso consumo cultural reflete um pouco de tudo o que vivemos nas últimas décadas no plano político, social e econômico. Mas é importante manter a alegria de viver e, sobretudo, o otimismo.
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