Desde os romanos, com as suas gigantescas legiões que dominaram o mundo antigo por mais de mil anos, estabeleceu-se uma lei de trânsito não escrita, segundo a qual todo soldado deveria se manter à esquerda da estrada com a mão esquerda carregando o escudo e a mão direita a lança.

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Na Idade Média consolidou-se o costume de que todo cavaleiro, diligência ou tropa militar deveriam manter-se à esquerda quando transitassem por ruas ou estradas. A maioria dos soldados já fazia isso – destros, seguravam a lança ou a espada com a mão direita, deixando o lado esquerdo livre posicionado para um eventual combate. Foi a consolidação da conhecida "mão inglesa", ainda usada nos países colonizados pela Inglaterra, exceto os Estados Unidos, que adotaram a "mão francesa".

Os franceses mudaram a mão graças ao imperador Napoleão Bonaparte – coroado pela sua obstinação, ímpeto, carisma e genialidade militar. Canhoteiro e inimigo e­­terno dos ingleses, Napoleão re­­sol­­veu inverter a mão ordenando que, em seus territórios, os cavaleiros tinham de andar pela direita. Es­­tava criada a "mão francesa", a­­do­­tada por Portugal quando esteve sob o domínio francês, passando o hábito para a colônia brasileira.

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Entremos nos caminhos do futebol, que anda na contramão do sucesso nesta Copa América.

O torneio não empolga pelo baixo nível técnico dos participantes, reduzido à esperança de ainda termos alguns bons momentos se Argentina e Brasil conseguirem acertar o passo.

A substituição de Daniel Alves por Maicon melhorou a defesa da seleção, mas o meio de campo segue capenga, com pálidas apresentações de Ganso. O ataque ressurgiu pelo talento individual de Pato e Neymar, mas longe de representar o resultado de uma estratégia de jogo preconcebida por Mano Menezes.

O selecionador nacional continua atrás do entrosamento perdido e da renovação prometida.

As poucas oportunidades oferecidas a Lucas podem lhe custar caro no futuro tanto quanto a insistência em prestigiar o, ultimamente, irregular goleiro Júlio César.

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Os argentinos sacudiram o time no geral e Messi em particular, cobrando empenho, atitude e, é claro, melhor futebol. O jornal Crônica colocou na manchete a bronca de Burdisso em Messi, no vestiário, após o melancólico empate com a Colômbia: "Pendejo, ponete las pilas" – tradução livre: "Moleque ligue as pilhas".

Se houver seriedade e dedicação dos jogadores na partida com o Paraguai é bem possível que a torcida brasileira esqueça que a seleção não possui plano de jogo eficiente e muito menos coordenação em todos os setores. O que vale é o resultado e, para isso, basta que as individualidades funcionem enquanto Mano Menezes segue procurando a mão certa.