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A brava gente brasileira aguarda a primeira convocação da seleção sob o comando de Dunga, o genérico de Felipão. Os cinco principais treinadores da seleção convocaram centenas de atletas nos últimos anos. Para surpresa geral, Parreira chamou relativamente poucos jogadores, um pouco mais do que Leão com as suas 45 convocações até a queda após a Copa das Confederações de 2001.

Zagallo chamou mais de 120 jogadores, incluindo "olímpicos", no período de 94 a 98, para ganhar uma Copa América, em 97; uma medalha olímpica de bronze, em 96; e terminar em segundo lugar no Mundial da França em 98.

Luxemburgo ficou dois anos e recorreu a 98 atletas. Nesse período, ganhou a Copa América, em 99, e o Pré-Olímpico, em 2000, mas caiu nas quartas-de-final dos Jogos Olímpicos de Sydney. Felipão chegou como salvador da pátria e até acertar o time que conquistou o penta na Copa da Ásia recorreu a 57 atletas para classificar o Brasil.

O ápice das invenções de Felipão aconteceu com Eduardo Costa e Tinga. Neste quesito, a esquisitice de Leão ficou por conta do paranaense Leomar, na época volante do Sport Recife. Com Zagallo não foi diferente, aparecendo em sua lista Argel, Jean, Clemer, Pimentel, Lira, Sorlei, Fábio Noronha e muitos outros que não vingaram.

Luxemburgo manteve parte da obra de Zagallo e ainda lançou mão de Evanílson, Cláudio Caçapa, Marcos Paulo e Fábio Bilica, com passagem efêmera pela seleção.

Contusões, suspensões, compromissos de clubes, opções erradas formam o quebra-cabeças que ajuda a entender porque tanta gente vestiu a gloriosa camisa canarinho nos últimos anos.

Mas o que nenhum dos técnicos disse é que o excesso de compromissos da seleção banalizou as convocações, esbarrou nos limites impostos pela Fifa e desemboca em futebol burocrático, irregular e de pouco brilho.

Agora será a vez de Dunga escolher os seus para o primeiro caça-níquel, contra a Noruega. Espera-se que ele não se perca como os antecessores. Se convocar apenas os jogadores que atuam em clubes do país, certamente encontrará fartura em poucas posições e dificuldades em muitas.

Com o fiasco dos medalhões na Alemanha, seria aconselhável que ele oferecesse novas oportunidades a jogadores que foram ignorados por Parreira, como Alex – tanto o zagueiro que foi do Santos, quanto o armador paranaense que atua na Turquia –, Renato, Júlio Baptista ou Ricardo Oliveira recuperado. O importante é que Dunga tenha coerência e um bom planejamento.

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