O Coritiba quer uma casa nova.
Nada mais natural e compreensível diante das atuais exigências do público consumidor de espetáculos.
O nosso mais tradicional clube perdeu o bonde da história durante os preparativos para a Copa do Mundo: as novas arenas foram tema corriqueiro.
Misturava-se o interesse público com o privado.
Com o Corinthians premiado com a arena paulista do Mundial, o Palmeiras celebrou parcerias e também construiu a sua. Quem perdeu o bonde foi o São Paulo com o velho Morumbi necessitando de uma reforma geral.
O Grêmio não quis ficar para trás e também tratou de providenciar o seu novo estádio sem dever muito para a modernidade do Beira-Rio colorado.
Aqui, o Atlético saiu na frente, colocou a sua primeira arena abaixo e construiu uma nova rigorosamente dentro dos padrões exigidos pela Fifa. E ainda por cima com teto retrátil e grama sintética.
Os atuais dirigentes do Coritiba concluíram que para sacudir a torcida só mesmo com uma moderna “Casa Verde”. A meu ver eles têm razão e pensam no futuro do grande clube.
O Coxa não perdeu apenas o bonde da Copa. No passado deixou de ficar com o Parque Aquático – Pavoc –, propriedade do empresário Aryon Cornelsen, ex-presidente do clube e construtor do Estádio Couto Pereira.
Na briga política, Aryon chateou-se e vendeu o empreendimento para o Atlético que, anos depois, com os recursos da desapropriação do imóvel – para a construção do canal extravasor do rio Iguaçu – adquiriu a estância Papa João XXIII, onde foi edificado o CT do Caju.
Curiosamente, o vitorioso presidente Evangelino Neves pensou em comprar para o clube o mesmo recanto, afinal o proprietário – Ricardo Pussoli – era torcedor e conselheiro do Coritiba. Foi impedido por divisões políticas no Conselho Deliberativo coxa-branca.
Durante a construção do Couto Pereira, então Belfort Duarte, Aryon Cornelsen pretendia que o clube adquirisse o terreno ao lado, que pertencia a uma instituição religiosa.
Chegou a apresentar projeto com a instalação no local de piscinas para os associados. Daí foi o presidente Evangelino Neves que brecou, pois se encontrava momentaneamente afastado de Aryon.
Assim, de briga em briga, e se contentando com os triunfos do time em campo o planejamento patrimonial foi deixado de lado. Menos mal que o presidente Bayard Osna tenha tido a iniciativa de comprar o terreno onde foi instalado o CT da Graciosa.
Pensando corretamente os atuais dirigentes estudam as possibilidades de erguer novo estádio.
As opções são variadas, porém o mais importante é encontrar um parceiro poderoso para a viabilização econômica do grande empreendimento.
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