A essência do futebol é o gol e a sua escassez na Copa do Mundo que se encerra preocupa a todos os amantes desse esporte, que se transformou em negócio de bilhões de dólares e múltiplos interesses.
Existe um verdadeiro abismo entre o futebol praticado no passado e esse que se vê nos dias de hoje. Não se trata de comparações ou coisas do gênero, apenas a dura constatação de que os craques rarearam e as grandes seleções fazem parte do passado.
Não há termos de comparação entre os times que disputaram os mundiais dos últimos 20 anos com aqueles que escreveram o nome com letras de ouro nas páginas da história.
Ou alguém não gostaria de ver jogando equipes como o Brasil das Copas de 1958, 1962, 1970 ou mesmo de 1982; a Hungria de 1954; a Alemanha e a Holanda de 1974; a Argentina de 1978 e 1986; a Itália e a França de 1982?
Claro que houve exceções, raríssimas e sem a mesma riqueza técnica dos times do passado, como a França de 1998 e o Brasil de 2002. O importante é a constatação de que o futebol vem perdendo o brilho nas duas últimas décadas, tornado-se um jogo de poucos gols, baixo nível técnico, correria, muita correria, e um festival de cartões amarelos.
É bom lembrar que a Fifa, alarmada com a pasmaceira da Copa de 1990, apressou-se em providenciar uma série de mudanças nas regras e nos próprios regulamentos, visando a tornar o futebol mais solto, mais objetivo. Até mesmo a International Board abriu mão do seu folclórico conservadorismo, alterando a lei do impedimento. Pouco adiantou, entretanto, pois a Copa do Mundo que se encerra só não teve média de gols inferior à Copa de 1990, a pior de todas.
Por isso, a Fifa pretende realizar brevemente um simpósio para discutir mudanças, cogitando-se até mesmo o aumento do tamanho das traves para tentar melhorar a média de gols por partida.
Antes mesmo de a bola começar a rolar na Alemanha alertei que seria uma Copa amarrada, com os técnicos privilegiando os sistemas de marcação e, consequentemente, com poucos gols e raras emoções.
Foi mais uma Copa pobre em técnica e, lamentavelmente, o Brasil perdeu para ele mesmo: pela preparação mal feita, pela máscara do técnico e dos principais jogadores e, sobretudo, pela falta de aplicação.
Por mais que se pretenda enaltecer a final de hoje, a dura realidade é que, tecnicamente, Itália e França não passam de sombras do passado. Os melhores jogadores são os veteranos numa Copa tecnicamente medíocre. Que vença o menos ruim.
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