O Coritiba voltou a apresentar futebol de baixa qualidade e o empate com o Cianorte aumentou a pressão sobre o técnico Ivo Wortmann.

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A verdade é que o time segue sem padrão de jogo e com falhas individuais que comprometem o conjunto. Ontem, o zagueiro Pereira atrasou erradamente duas bolas, sendo que na primeira o goleiro Vanderlei obrigou-se a cometer o pênalti que deu origem ao gol de empate do Cianorte. Elton, o batedor, foi o destaque da noite com boa movimentação no bem entrosado sistema ofensivo da equipe visitante.

Ramón estreou e mostrou habilidade no domínio de bola, mas nada que representasse aumento na debilitada capacidade ofensiva coxa-branca. Na verdade, Renatinho foi o jogador mais lúcido do Coritiba e com ele surgiram as melhores oportunidades desperdiçadas, sobretudo por Marcos Aurélio, em jornada infeliz.

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O goleiro Sílvio teve presença destacada na meta do Cianorte. No final, dois pênaltis não marcados: no primeiro, Cleiton derrubou Marcelo, que desperdiçou a cobrança, e, no segundo, o zagueiro interceptou com o braço uma cabeçada de Ariel, mas o árbitro, mal colocado, não confirmou.

O Coxa emperrou e a esperança é Marcelinho Paraíba. Sabem como é, em terra de cego quem tem um olho é rei.

Queda perigosa

Pouco acrescenta a promoção de análises e avaliações em torno da última partida do Paraná, pois a gravidade do seu problema é mais ampla.

Depois de vencer o Coritiba, esperava-se que a equipe desse um salto de qualidade e partisse, definitivamente, em busca da classificação. Porém, lamentavelmente, nada disso aconteceu. Antes, pelo contrário, faltou clima na Vila Capanema.

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Se após o triunfo no clássico nem quatro mil torcedores se dispuseram a ir ao estádio prestigiar o time na partida com o Rio Branco, como esperar mais apoio na sequência do campeonato?

O placar foi doloroso para o Paraná, que sofreu o gol no primeiro minuto, em tiro espetacular de Ratinho, e ficou martelando o tempo inteiro atrás do empate. Méritos do Rio Branco, que jogou bem, e do técnico Norberto, que soube neutralizar as ações do adversário.

Mas prefiro me ocupar desse verdadeiro descolamento que observo em torno do Paraná. Explico melhor: aos poucos, o Paraná vai deixando de ser grande, pela pequena presença de público na Vila Capanema, pela incapacidade de segurar as melhores revelações e, especialmente, pela performance do time nos últimos tempos. Tudo isso contribui para uma perigosa queda do time no concerto futebolístico estadual e, sobretudo, nacional.

Já passou do tempo de o Paraná sofrer um choque de recuperação geral, antes que se descole mais ainda da dupla Atletiba, que, apesar da fragilidade técnica dos atuais times, cresce em termos de torcida, sócios e apelo clubístico. O Paraná está perdendo a mística que caracteriza os grandes do futebol.