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Pelo volume de jogo, o Coritiba poderia ter obtido a vitória em São Caetano do Sul. Contudo, as finalizações erradas e o gol sofrido determinaram o empate.

No geral, o time de René Simões foi superior, com destaque ao meia Pedro Ken que voltou a jogar bem, sofrendo uma contusão na cabeça e mantendo-se em campo com bravura e determinação. Foram deles as melhores ações ofensivas até o gol de Ivo.

Só que em seguida, na cobrança de uma falta mal marcada pelo árbitro – Henrique acertou a bola e não o adversário –, o time da casa empatou e ficou no 1 a 1.

Para o Coxa foi bom, já que beliscando pontos fora e mantendo a média no Alto da Glória vai sendo pavimentado o caminho da volta à Primeira Divisão.

Fim de uma era

Pouco a pouco as coisas vão mudando e acabamos descobrindo que vivemos em uma cidade que não é mais a nossa.

Esta é a dura realidade da vida e para nós, da geração do rádio, chegamos ao fim de uma era com o encerramento das transmissões esportivas da Rádio Clube Paranaense, a gloriosa B2.

O papel do rádio foi fundamental para a transformação do futebol em esporte de massa. Não fossem as transmissões das emissoras cariocas e paulistas desde a década de 1930 e os clubes daqueles estados jamais teriam as grandes torcidas que possuem em todo país.

Até o inicio efetivo das transmissões dos jogos com maior regularidade pela televisão, foi o rádio que deu a dimensão de emoção e paixão ao futebol. Foram as irradiações dos jogos que despertaram no torcedor o amor pelo esporte e, conseqüentemente, pelos times com a idolatria dos craques até a conquista dos primeiros títulos mundiais acompanhados exclusivamente pelo rádio.

A audiência espetacular do rádio amplificou a emoção vivida nos estádios tornando o futebol um componente ativo da vida nacional.

No Paraná tudo começou no dia 2 de setembro de 1934 com a Rádio Clube Paranaense irradiando um jogo do Atlético e, por ironia do destino, a sua última transmissão deu-se no mesmo local, a velha Baixada hoje engalanada pela Arena, no dia 2 de setembro de 2007 também com um jogo do Atlético.

Foram 73 anos de ininterrupta prestação de serviço ao publico do qual tive a honra de participar em diversas fases de minha carreira. Como repórter da B2 na década de 1960, como narrador e diretor geral da emissora nos anos 1970 e como integrante da Equipe Positiva nos anos 1980.

Imaginem o trabalho das centenas de radialistas que passaram pelos microfones da Rádio Clube empolgando e prendendo a atenção, fazendo com que aquele aparelhinho sonoro se transformasse em instrumento de entretenimento capaz de gerar um turbilhão de sensações num caleidoscópio imaginário de emoções.

Conseguir isso não é fácil; exige talento, responsabilidade, disciplina e, acima de tudo, devoção.

carneironeto@gazetadopovo.com.br

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