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Mesmo seguindo na zona de rebaixamento, o triunfo no clássico recuperou a autoestima dos jogadores do Coritiba. No primeiro tempo, apesar do menor volume de jogo, as melhores oportunidades foram criadas pelo Atlético e desperdiçadas de forma bisonha por Marcos Guilherme e Marcelo, que há tempos vem jogando mal. Nos primeiros segundos da etapa final, o meia Helder aproveitou um rebote da zaga e acertou na veia, marcando o gol da vitória que deixou o Coxa reanimado na competição.

Sem articulação no meio de campo e até mesmo sem personalidade técnica para se impor, o Furacão reagiu modestamente, pressionou pouco e apenas nos últimos instantes ameaçou com uma cabeçada de Cléberson que bateu no travessão do arco de Vanderlei.

Alex voltou a ser o maestro coxa-branca em um Atletiba menor, com raros jogadores brilhantes, espelhando fielmente o atual momento da dupla.

Brasileiro cansado

Depois da humilhação na segunda Copa do Mundo dentro de casa com as goleadas sofridas para Alemanha e Holanda, passando pela grave crise econômica e político-administrativa do país, acompanhar a pobreza das campanhas eleitorais nas quais os candidatos só se acusaram e não apresentaram projetos inteligentes de governo para mudar esse sombrio panorama, o brasileiro vai às urnas cansado da rotina de escândalos.

A maioria dos candidatos proporcionou espetáculo deprimente, esquecendo que milhões raciocinam, estudam, se desenvolvem profissionalmente e conhecem países prontos, com segurança pública eficiente, saúde, educação, transporte público moderno e não aceitam mais o discurso populista de atender aos mais carentes – que é uma obrigação que os governantes devem cumprir –, mas é inaceitável a falta de melhor infraestrutura para o desenvolvimento nacional e serviços para atender todas as faixas da população.

Nem o futebol consegue fazer a alegria do povo, pois diversos dirigentes praticam os mesmos métodos dos políticos que não respeitam a vontade da maioria. Além da indigência técnica das equipes e da própria seleção, vivemos um momento de escassez de craques. Os ídolos que se destacam cumprem um papel importante como geradores de entusiasmo e alegria, como Pelé, Garrincha, Didi, Tostão, Rivellino, Zico, Romário, Ronaldo, Emerson Fittipaldi, Nélson Piquet, Ayrton Senna e outros que foram semeadores de otimismo. O Brasil esquecia suas mazelas e os domingos eram mais alegres.

Hoje a sensação é de orfandade com o brasileiro tendo poucos motivos para se orgulhar e acreditar em dias melhores. A rotina de acusações, denúncias, prisões de políticos e administradores públicos, delações premiadas, do esgar de congressistas que sepultam os sonhos com irresponsável ligeireza e com a mesma desfaçatez pedem votos a cada nova eleição.

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