As exigências do futebol moderno se manifestam de forma tão surpreendentes como o dormente vulcão islandês – Eyjafjallajoekull – de nome impronunciável que recentemente cobriu de cinzas os céus europeus.

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Essas exigências vão além do campo, pois os craques famosos são assediados, diariamente, das mais diversas maneiras. No principio, eram apenas as marias-chuteiras, mas com o enriquecimento dos jogadores eles passaram a ser cercados por empresários, agentes e, sobretudo, profissionais da área de marketing e propaganda.

A agenda dos craques internacionais anda lotada, com mais compromissos fora do que dentro de campo.

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Como é impossível conciliar a vida mundana com a de atleta de alto rendimento, muitos jogadores perdem a forma prematuramente e o exemplo mais evidente é Ronaldinho Gaúcho. Antes de completar 30 anos ele não consegue apresentar o mesmo futebol desde que resolveu aproveitar a fortuna e viver a vida.

Um cálice de vinho a mais, ou uma noite mal dormida, faz a diferença para o jogador de excelência.

Muito ricos e com problemas particulares, Ronaldo e Adriano também não conseguem sair do noticiário. Nem tanto do noticiário esportivo, mas social, diante da intensidade das atividades.

As exigências do futebol moderno – muito mais rápido, tático e competitivo – provocam dificuldades também para os craques veteranos que começam a sentir o peso do crepúsculo da carreira.

Ronaldo, que tem revelado admirável espírito de luta e tenaz vontade de seguir na profissão, começa a emitir sinais de dificuldade para realizar as jogadas que o consagraram como o Fenômeno.

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Em menor escala, Washington, no São Paulo, e Alex Mineiro, no Atlético, mostram que já não conseguem render o mesmo de temporadas anteriores.

Uma das principais características do atacante diferenciado é chegar na jogada primeiro que o adversário, dar o tapa na bola e engatilhar o tiro para o arremate final. Quando o atacante perde essa vantagem, é reflexo do condicionamento físico em baixa. É problema na explosão muscular para chegar um milésimo de segundo a frente do zagueiro.

Foi isso o que observamos em Alex Mineiro, domingo, cuja atuação foi elogiada e, no plano individual, constituiu-se no melhor jogador em campo.

Lúcido, com os reflexos em dia, boa visão periférica e a habilidade para marcar gols intacta, mas sem conseguir antecipar-se nas divididas com os marcadores mais moços e fisicamente melhor condicionados.

A meu juízo, o técnico Lean­­dro Niehues poderia tê-lo aproveitado melhor se fosse escalado como meia ponta de lança no trabalho de ligação com os dois atacantes, já que recebeu poucas bolas da meia-cancha sem criatividade e com muitos erros nos passes.

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Um jogador com a experiência e a técnica de Alex Mineiro merece ser melhor explorado em um time capenga como esse do Atlético de hoje em dia.