O tropeço do Botafogo no Ceará abriu caminho para o Atlético assumir a quarta posição, se conseguir vencer o Prudente, domingo.
Chegamos ao momento culminante do campeonato, quando os descuidos são duramente castigados e as virtudes prodigamente premiadas. Ou, por outra: quem pode mais, chora menos.
Como tem mantido excelente rendimento dentro da Arena da Baixada, é possível a soma de mais três pontos no confronto com o rebaixado Prudente. Se bem que esse negócio de enfrentar time rebaixado não representa refresco para ninguém. Menos ainda para o Furacão, que jamais esquecerá a perda do bicampeonato brasileiro, em 2004, no empate com o então eliminado Grêmio, em Erexim.
Claro que as circunstâncias são outras e certamente não se repetirão os equívocos daquela partida em que o Atlético vencia por 3 a 0 e o técnico Levir Culpi processou alterações de olho na próxima rodada. Só que a cada mudança a equipe recuava e o Grêmio crescia em campo até chegar à igualdade, que se tornou fatal para as pretensões atleticanas.
Mas todo cuidado é pouco e não custa respeitar o Prudente, que, no plano individual, apresenta alguns jogadores com boa envergadura técnica.
Paraná
O Paraná tem experimentado momentos de amargura nos últimos anos por causa da má gestão e das reduzidas fontes de receita que possui.
Há muito tempo o planejamento foi jogado no lixo e o que mais se observa na Vila Capanema é muita improvisação e dificuldade para honrar os compromissos assumidos com os profissionais.
Mesmo assim, os profissionais mostram a face do bom caráter e conseguem apresentar serviço satisfatório em campo. Tanto que, apesar dos salários atrasados e de tantos outros problemas, a equipe assegurou a permanência na Série B, afastando-se do fantasma de mais um rebaixamento.
A renovação do contrato com o técnico Roberto Cavalo significa que ele aprovou e passa a ter a responsabilidade de reorganizar o elenco para os desafios da próxima temporada.
Para sintetizar o drama paranista só consigo enxergar luz no fim do túnel a partir do momento que o clube conseguir se livrar de parceiros e de terceirizações.
Enquanto não tirar proveito das inúmeras revelações, utilizando-as no time principal e mais tarde fazendo dinheiro para o caixa do clube, sem intermediários que ficam com a parte do leão, a crise persistirá em todos os níveis.
A administração seguirá com dificuldades pela escassez de recursos, repercutindo no departamento de futebol profissional. Sem equilíbrio financeiro e organização gerencial, nenhuma empresa obtém segurança para desenvolver-se com tranquilidade.
Podem trocar os oradores, mas os discursos serão os mesmos.
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