O sucesso do Coritiba se reflete no Atlético e aumenta o grau de ansiedade na Baixada. É resultado da teoria do espelho que rege o comportamento da dupla Atletiba.

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Coxas e atleticanos frequentam as mesmas escolas, os mesmos clubes sociais, as mesmas igrejas, enfim os mesmos ambientes da cidade. O Atlético e o Coritiba são clubes de massa

Basta observar que a queda do Paraná em nada afetou o dia a dia da dupla, mas tudo o que acontece de bom ou de ruim no Alto da Glória reflete na Baixada e vice-versa.

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Porém, e sempre existe um porém, as culturas são diferentes.

Nascido no ceio da classe burguesa emergente na primeira década do século passado, o Coritiba sofreu a saudável influência da eficiência germânica e caracterizou-se como uma associação organizada, sempre procurando solidificar-se patrimonialmente, arregimentando associados e, sobretudo, formando equipes fortes e competitivas em todas as categorias de disputa.

Tornou-se time de grande torcida com penetração em todas as faixas sociais graças aos craques, aos ídolos e aos títulos de campeão.

Construiu o maior estádio e conquistou o maior número de campeonatos, mantendo até hoje a habilidade de formar bons times. Os altos e baixos ficam por conta da imponderabilidade do jogo de futebol.

Nascido no ceio da elite curitibana – o Internacional era o clube dos empresários bem sucedidos e o América era o clube dos políticos e dos frequentadores dos cafés da rua XV – o Atlético, através dos anos, pagou o preço do nariz empinado e da desorganização em nome da paixão.

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Sobreviveu graças aos mecenas ou aos salvadores da pátria que, por isso mesmo, sempre se consideraram acima da instituição. Ou seja, o clube foi administrado por espasmos emocionais, conforme os humores e, principalmente, o dinheiro dos personagens messiânicos, que permearam a sua história.

Sem planejamento e em crônica crise financeira, o Atlético encontrou dificuldades para formar e manter elencos que lhe dessem mais títulos. As exceções apenas confirmam a regra.

Somente após a revolução liderada por Mario Celso Petraglia – o ultimo salvador – o clube conseguiu virar o jogo com a construção da bela Arena, excelente centro de treinamentos e, finalmente, organização administrativa.

Mostrando que a questão não é só financeira, mas cultural, continua prevalecendo, na gestão futebolística do Atlético, o personalismo, com os dirigentes trocando os pés pelas mãos nas escolhas de técnicos e jogadores.

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