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Segundo a sabedoria popular, depois da tempestade vem a bonança.

O pessimista Murphy, cujas leis são famosas, mas cruéis, corrigiria: depois da tempestade, vem a galhofa.

É exatamente isso que está acontecendo no Campeonato Brasileiro diante de tantas lambanças nas arbitragens. Está virando galhofa o erro do juiz do jogo.

Vocês sabem que o futebol possui uma coleção de máximas que, certas ou não, viram verdade. Uma delas diz que o árbitro bom é aquele que não aparece, não sobressai dentro do espetáculo. Pois agora, na reta de chegada do campeonato com todos os times envolvidos na busca de seus objetivos, os árbitros estão me­­xendo cada vez mais nos resultados das partidas.

É um pênalti aqui, um pênalti não marcado acolá, um impedimento mal-interpretado, um cochilo do bandeirinha em lance capital, uma expulsão injusta, um carrinho desleal não punido – se é que existe carrinho leal –, um apito infeliz que inibe a ação da defesa e facilita o ataque adversário, enfim uma coleção de equívocos que colocou o apito nacional na berlinda.

Não existe uma explicação razoável para tanta gente despreparada estar apitando jogos de futebol.

Se as equipes caíram tecnicamente há uma justificativa óbvia através da saída de centenas de jogadores para o exterior, mas não consta que algum árbitro, bandeirinha ou quarto árbitro tenha sido contratado pelo futebol europeu ou asiático.

Os técnicos brasileiros evoluíram e até os dirigentes melhoraram nos últimos anos. Porém o padrão da arbitragem continua péssimo.

Os técnicos estudam mais, se informam mais e, consequentemente, apresentam melhor rendimento no trabalho, enquanto os dirigentes despertaram para a nova realidade do futebol-comércio abrindo novas perspectivas de negócios para os clubes e investindo em profissionais capacitados em administração, finanças, marketing e outros setores vitais aos clubes de ponta.

Na arbitragem, entretanto, não se observa o mesmo avanço. Antes, pelo contrário, em vez de benefício os clubes estão bancando o custo malefício dos prejuízos causados pelas más atuações de apitadores e auxiliares.

Retomemos a sabedoria popular. Afirma ela que há males que vêm para o bem. Murphy replicaria, mas deixemos a sua réplica para mais adiante.

O afastamento ou a suspensão de árbitros que cometem deslize não resolve o problema nuclear do apito nacional. Trata-se da necessidade, mais do que urgente, de uma melhor seleção das pessoas que irão assumir a responsabilidade de conduzir partidas de campeonatos cada vez mais rentáveis, com múltiplos interesses em jogo e, sobretudo, despertando enorme paixão popular.

Os erros crassos cometidos ultimamente fariam Murphy engasgar de tanto rir, já que a insegurança gerada pela arbitragem provoca arrepios tanto em dirigentes, quanto em jogadores e, especialmente, em torcedores.

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