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Com a bola rolando pela Copa das Confederações, todos sabem que os principais candidatos ao título mundial terão apenas mais um ano de preparação. Já foram queimadas as primeiras etapas representadas pelos torneios continentais – Eurocopa e Copa América – e daqui para frente só resta ensaiar bastante e observar os adversários mais fortes.

Como alguns dos favoritos não se credenciaram para a competição em andamento, como Argentina, Alemanha e Holanda, não custa prestar atenção no que eles andam fazendo nas partidas pelas Eliminatórias da Copa.

Além desses três ilustres ausentes, devemos ficar de olho na evolução do time da Colômbia, que anda jogando uma bola redondinha e da Inglaterra que se encorpou no plano coletivo.

Mas por enquanto fiquemos com as seleções que se exibirão logo mais, sendo duas candidatas certas a luta pelo título mundial: Itália e Espanha.

O Maracanã receberá mexicanos e italianos, revivendo a tradição do estádio construído originalmente para a Copa de 1950. Eram outros tempos, outros costumes e, sobretudo, outro futebol. A nossa sociedade era mais ingênua, menos competitiva e menos agressiva. Havia mais cordialidade entre as pessoas, menos violência e a classe política não era tão desmoralizada como hoje.

A vida era mais simples, visitava-se mais e, como cravou de maneira lapidar o genial Nelson Rodrigues "a televisão acabou com a janela".

O futebol também mudou, pois não existia tanta preocupação defensiva e os estilos eram ofensivos, tanto que se jogava com dois pontas bem abertos, dois meias que se aproximavam da grande área e um centroavante, via de regra, alto, fortão e bom cabeceador. Os laterais, ao contrário do que se pensa, avançavam. Basta assistir aos filmes da conquista do bicampeonato mundial para constatar o quanto Djalma Santos e Nilton Santos eram inventivos e apoiavam o ataque. Nilton Santos chegou a marcar um gol na Copa de 1958, contra a Áustria.

O futebol tornou-se mais rápido – pela evolução da preparação física – e mais tático, pela importância que os treinadores deram a marcação e a posse de bola. Perdeu muito do encanto pela falta de criatividade da maioria dos jogadores atuais e muitas partidas chegam a ser chatas de assistir.

Espero que o jogo México e Itália não se transforme em mais uma partida arrastada, quase modorrenta. Em compensação aposto minhas fichas de otimismo no confronto entre Espanha e Uruguai.

Os espanhóis reabilitaram resquícios do futebol antigo com sucessivas trocas de passe, dribles e a busca constante do gol. Na realidade a base da seleção espanhola é o Barcelona, sem Messi que é a figura central da equipe catalã.

De qualquer forma vale a pena ver a Espanha jogar ainda mais diante de um Uruguai que busca a afirmação para a sua plena recuperação nas eliminatórias sul-americanas.

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