Os gregos, que sabiam das coisas, contavam os anos pelas olimpíadas. Tive um tio – Odilon Carneiro – que negociava o prolongamento da vida com Deus pelo número de copas que gostaria de acompanhar. Quando chegou aos 80 anos, em meio a suculenta costelada regada a uísque, sentenciou: “Mais duas Copa do Mundo para mim bastam”.

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O jornalista Nireu José Teixeira, titular da celebrada coluna “Espeto corrido”, coxa-branca apaixonado, as vésperas da conquista do hexacampeonato chegou ao bar do Pasquale, que ficava na entrada principal do Passeio Público, e comunicou aos ouvintes de casa e do auditório: “Tomei lições de grego para contar os títulos do Coxa...!”.

Campeão máximo no futebol paranaense, o Coritiba decidiu títulos com quase todos os principais concorrentes. Faltava o Operário Ferroviário, maior vice-campeão do interior e que, historicamente, decidiu com o Atlético os dois primeiros, conforme a fórmula do campeonato a partir de 1929. O Coritiba decidiu com o Guarani, também de Ponta Grossa, em 1931.

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Mais adiante os clubes do sul e do litoral integraram-se deixando de existir a decisão entre capital e interior. Entre 1959 e 1965, entretanto, o título estadual foi decidido pelos campeões da zona sul e norte. O Coxa venceu Londrina e Mandaguari, sofrendo a primeira derrota para um time do interior no Alto da Glória, em 62, para o Londrina.

A última vez que um time do interior deu a volta olímpica no estádio Couto Pereira foi em 1977, quando o Grêmio Maringá conseguiu evitar o heptacampeonato alviverde. Decisão histórica, portanto, entre os clubes mais tradicionais do nosso futebol que pela primeira vez se enfrentam na final.

O treinador Itamar Schülle mostrou que conhece o riscado ao misturar eficiência na marcação com fluência ofensiva. O Fantasma é uma equipe sem preocupação estética, impulsionada pela turbina criativa dos armadores Pedrinho e Ruy, contando com o goleador Douglas no ataque. Mas o prato forte é mesmo o excelente goleiro Jhonatan e a sólida composição defensiva.

Os comandados de Marquinhos Santos estão desafiados a derrubar a barreira operariana em mais uma tarde de superação.

Alternando boas e más apresentações nesta temporada, o Coritiba chega a mais um momento culminante em sua longa existência com a missão de reverter a vantagem obtida pelo adversário. Pode parecer um roteiro surrado, embora passado a ferro durante a semana, com a torcida esperando o mesmo comportamento verificado na semifinal quando virou em cima do Londrina.

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Depois de um primeiro tempo arrastado, o Coxa liquidou a fatura em apenas três minutos, com seqüencias de tirar a respiração e com grandes jogadas.

Para isso, os coxas terão de estar ligados e do outro lado toda a atenção será pouco. A maior exigência será o empenho de todos.