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Bolas Goá, "perfeitamente esféricas". Chuteiras Gaeta, "bico duro ou sapatilha". Pomada Zig, "a proteção do atleta".

Houve época em que a tecnologia e a preparação física engatinhavam e o futebol era essencialmente espetáculo.

O talento e o improviso superavam as deficiências dos gramados ruins, das bolas que se deformavam durante os jogos, da leveza do condicionamento físico e, sobretudo, da incipiência da medicina esportiva.

O futebol era uma festa e o folclore contribuiu para criar muitas das lendas que povoam a sua história.

Amarrava-se cachorro com linguiça, como disse com ironia o técnico Felipão, ressaltando que o tempo da fartura de craques já havia passado, embora ele tenha reunido um senhor time na conquista do pentacampeonato mundial.

Até a metade do século passado, uniformes e bolas pesavam "toneladas".

Sob chuva, as camisas encolhiam, as chuteiras ficavam pesadas e a bola transformava-se em pedra. A evolução foi lenta. Gorros exóticos, cintas antiestéticas, joelheiras e calções acolchoados capazes de amenizar as quedas dos goleiros atravessaram décadas, eternizadas nas antigas fotografias de que se aproveitam os jovens ou os curiosos que só conhecem o futebol de ouvir falar.

As primeiras bolas eram de tento, com o bico de ar protegido por uma tira de couro, porém quando o jogador cabeceava sentia a saliência.

E os jogadores queimavam a pele nas marcações de cal no campo.

O futebol era assim e muitas carreiras foram prematuramente encerradas por causa de lesões nos joelhos ou nos tornozelos, enquanto, hoje, o festejado Drogba, por exemplo, sofreu uma fratura no cotovelo há poucos dias e poderá jogar.

Pois foi calçando Gaeta que o mundo ficou maravilhado com a magia de Didi, Pelé, Garrincha e outros.

O futebol tornou-se um megaevento de múltiplos interesses, mas a emoção esta mesmo reservada para a bola no fundo das redes balançando.

Das antigas bolas de tento a moderna Jabulani, muitos craques e cabeças de bagre correram atrás delas pelos gramados do mundo afora.

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