Há uns dez anos, o programa da Xuxa apresentou um quadro chamado "Tortura macabra", no qual uma criança tinha os pés besuntados com mel e uma cabra era posta para lambê-los. Lembrei disso e fiquei imaginando se não teria ficado melhor ainda se a forma de tortura mudasse com o nome do quadro a cada semana.
Ela poderia ter lançado, por exemplo, "Almas penadas". Nele, um baixinho nu seria atormentado por quatro paquitas fantasiadas de fantasma, cada uma com uma pena na mão, fazendo cócegas em áreas estratégicas. Quem desse gritinhos perderia pontos e não iria nem para a repescagem.
Ou "Delírios", em que um miúdo disputaria provas de inteligência com um anão albino, uma anta, um grilo falante e duas bonecas de plástico dinamarquesas. Tudo isso com músicas de Michael Jackson ao fundo.
Bem, brincadeiras à parte, isso veio por conta das estrepulias de nossos times durante a semana. Foram tantos acontecimentos que chegamos ao domingo de caldeirão fervendo. Ou, para sermos mais precisos, domingo de caldeirões fervendo.
A temperatura vai elevar-se primeiro no Alto da Glória, onde o Coritiba tentará reverter a vantagem conquistada pelo Paranavaí na corrida por uma vaga nas finais do campeonato. Delírios é o que vem sofrendo a torcida coxa-branca com as falhas do goleiro Artur que, lamentavelmente, perdeu a boa forma física e técnica em sua rápida saída do clube. Talvez, se tivesse continuado e entrado no ritmo de preparação com o restante do grupo, alcançaria outro nível de condicionamento. Ele está com poucos reflexos, soltando muito a bola e levando intranqüilidade a todo sistema defensivo.
E o Paranavaí, que não tem nada com isso, necessita entrar em campo com disposição de vencer, pois deve lembrar da antiga máxima do futebol: time que joga para empatar fica mais próximo da derrota.
A seguir, o tradicional caldeirão atleticano entrará em ebulição tão logo o árbitro Héber Roberto Lopes apite o inicio do clássico Atlético e Paraná.
Pelo lado tricolor a preocupação se resume a elevada quantidade de oportunidades de gols desperdiçadas nas últimas partidas. O técnico Zetti tem contemporizado, dado força aos jogadores, mas no intimo deve andar intrigado com a falta de pontaria dos atacantes.
A principal arma do Paraná é a criatividade do meia Dinélson que, sozinho, pode desequilibrar o jogo.
Tortura macabra é a que vem sendo submetida a torcida atleticana pelas falhas primárias do sistema defensivo.
A bola sobrevoa a área e todos ficando olhando, admirados, como se estivessem contemplando um pombo sem asas, permitindo que algum adversário cabeceie e comemore o gol. Tudo isso com a inestimável colaboração de Cléber que, de goleiro revelação, transformou-se em alma penada.
Mas o clássico promete, pois o Paraná joga pelo empate e o Atlético vai usar seu arsenal ofensivo na busca da vitória.
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