Em noite de derreter o controle remoto da televisão, a dupla Atletiba empatou os seus jogos. Nenhum dos dois apresentou-se de forma brilhante, como havia acontecido na ótima rodada anterior, mas o Coritiba esteve mais próximo da vitória aproveitando-se da indolência e do desequilíbrio técnico do São Paulo, no Morumbi. Fez 2 a 1 na etapa inicial, com o golaço olímpico de Marcelinho Paraíba em cima do festejado goleiro são-paulino.
Na etapa final, empurrado pela torcida que vaiava o jogo na capital paulista, o São Paulo empatou em lance infeliz do goleiro Edson Bastos que soltou a bola nos pés de Washington, mas o Coxa poderia ter vencido no chute de Marcos Aurélio, que bateu no travessão.
Na Arena da Baixada, o Atlético respeitou demais o Grêmio, tornando a partida um espelho do amplo predomínio dos marcadores sobre os criadores e, por isso, o placar não foi movimentado. O empate sem gols representou um castigo para o Furacão, que jogou em casa e desperdiçou a chance de vencer, enquanto o time gaúcho mostrou-se apenas voluntarioso, apresentando futebol bastante econômico no plano técnico.
Os resultados não foram satisfatórios diante do pouco futebol apresentado pelos adversários, entretanto, pela performance da dupla Atletiba no campeonato, devem ser encarados como pontos importantes somados na luta inclemente dos paranaenses contra o rebaixamento.
Anos dourados
Outro dia fui a Morretes saborear um barreado na linda chácara do atleticano Carlos Maranhão. Acabou sendo uma reunião futebolística com a presença de antigos jogadores.
Os coxas-brancas Wilson do Rosário e Tonico Xavier, que ao lado do atleticano Bimba Requião foram campeões juvenis pelo Atlético; Dionísio, o zagueirão que jogou em todos os times da capital, e Marco Aurélio, goleiro revelado pelo Atlético que jogou dez anos no Flamengo.
No meio da conversa indaguei Marco Aurélio que ocupa a presidência da Paraná Esportes sobre a lembrança dos anos dourados do futebol, na década de 1960. Foi uma época de Maracanã sempre com mais de cem mil pessoas nos clássicos, da geração do tricampeonato mundial e da fina-flor da crônica esportiva brasileira.
Foi, a meu ver, o melhor momento intelectual e criativo da crônica carioca, com gente do calibre de Mário Filho, Armando Nogueira, Nélson Rodrigues, Stanislaw Ponte Preta, João Saldanha, Rui Porto, João Máximo, Sandro Moreira, Ney Bianchi, Oduvaldo Cozzi; e da crônica paulista com Mauro Pinheiro, Mario Moraes, Geraldo Brettas, Geraldo José de Almeida, Pedro Luiz, Edson Leite, Fiori Giglioti, Thomas Mazzoni, Paulo Planet Buarque, Solange Bibas, Orlando Duarte e outros.
Marco Aurélio quase chegou às lágrimas com a dissertação dos nomes acima.
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