A crise econômica mundial é grave e chegou para ficar. Os governos, através de seus bancos centrais, acabarão debelando as maiores chamas e baixando o fogo nas próximas semanas. Os efeitos do abalo, porém, serão sentidos nos próximos meses e, dependendo das circunstâncias de cada país, apenas nos próximos anos.
Isso tem a ver com os investimentos programados no esporte- negócio, o business que mais cresceu no planeta nos últimos 15 anos.
A própria Liga Inglesa, a mais rica do mundo, já indicou que os clubes vão sentir as conseqüências da quebradeira e terão de rever as contas antes que apresentem dificuldades para fechar os próprios caixas no final do exercício.
A Fifa colocou as barbas de molho em relação aos investimentos do próximo Mundial, que, aliás, já vinha sofrendo bastante com o empreendimento diante da desorganização da África do Sul.
O mesmo se aplica ao COI, pois Londres certamente encontrará resistências para fazer parcerias que assegurem o sucesso financeiro dos Jogos Olímpicos de 2012.
Por aqui ainda reina certa tranqüilidade, mas logo, logo a conta do tsunami econômico será apresentada ao esporte brasileiro.
Rodada
Os nossos três times jogam hoje, começando pelo Paraná, que enfrentará o Juventude. Como a partida será em Caxias do Sul, o empate poderá ser depositado na conta dos bons resultados. Mas um triunfo aumentaria bastante a confiança dos tricolores para o resto do campeonato.
Na Primeira Divisão, o Coritiba tentará quebrar longo tabu favorável à Portuguesa em jogos no Canindé. E, para isso, o Coxa contará com a torcida dos atleticanos, cada vez mais aflitos com a dramática posição do Furacão. Tecnicamente o Coritiba é superior à Lusa e, quando a bola rolar, só precisa impor essa condição.
O Atlético recebe o desesperado Fluminense na Arena da Baixada. O problema é que o Atlético também vive curioso momento marcado pela ausência de rumos.
Foram tantas as contratações de jogadores fisicamente desgastados, que o técnico Geninho só consegue escalar o time após a última revisão do departamento médico.
Tornou-se impossível promover uma avaliação das possibilidades da equipe atleticana diante de tantas incertezas. Também não se pode analisar as suas condições táticas e técnicas tendo em vista as dúvidas mantidas pelo técnico até momentos antes de a partida começar.
Não sei como andam as hesitações de Renê Simões, o novo timoneiro do Fluminense, mas não deve ser muito diferente do que tem passado Geninho.
A torcida rubro-negra, que não perde jogo na Arena da Baixada, vai tentar ajudar, impulsionando os jogadores de todas as formas exigindo raça para superar as deficiências técnicas.
Pela limitação dos dois e a situação desesperadora em que se encontram, vai ganhar aquele que jogar com mais garra e aplicação.
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