Que o Campeonato Paranaense é mal promovido, não resta dúvida; que o Campeonato Paranaense possui uma fórmula de disputa superada e pouco interessante, não resta dúvida; que o Campeonato Paranaense está longe de motivar o torcedor, não resta dúvida.
Mas é o que temos.
Enquanto persistir o atual estado de coisas na Federação Paranaense de Futebol e o desajustado calendário do futebol brasileiro que contempla os principais clubes dos grandes centros e massacra os pequenos clubes do interior não resta esperança de salvação para o torneio estadual.
Para agravar a situação, a "burritzia" dominante criou um sistema de disputa que pode eliminar a única atração do campeonato, o velho e bom Atletiba. Se, em termos nacionais, a rivalidade dos nossos dois maiores clubes não acrescenta muito, já que os adversários do Atlético têm sido os clubes de São Paulo em suas últimas disputas pelos títulos brasileiro e continental, no plano local ela é absolutamente inexcedível.
De qualquer forma, é muito provável que ambos se classifiquem para as próximas etapas e acabem brindando o publico com pelo menos um Atletiba. Sem esquecer, é claro, de que já está mais do que na hora de o Paraná voltar a decidir os títulos estaduais.
Interior em revista
Os demais participantes do campeonato são verdadeiros heróis da resistência, pois só têm calendário para esses três meses.
Apenas aqueles que se dispõem a enfrentar as durezas da Terceira Divisão, como Londrina, Iraty e algum outro heróico representante do nosso futebol, conseguem arrastar o pobre calendário até o mês de dezembro.
O Malutrom mudou de nome, mas não de estilo. Continua jogando em São José dos Pinhais e, agora, sob o comando do técnico Lio Evaristo, vitimado pelo último expurgo havido no Atlético. Trata-se de um profissional correto e que poderá contribuir para o desenvolvimento do time de Joel Malucelli.
O Iraty é o clube mais avançado do interior e sempre apresenta novidades interessantes. Desta feita, a principal estará fora de campo: o colombiano Fred Rincón, que jogou como poucos e abraçou a carreira de treinador. O mesmo se pode dizer do Rio Branco, que contará com os préstimos do experiente Itamar Bernardes. Tadeu, aquele volante do Londrina e do Paraná, será o técnico do Francisco Beltrão, enquanto o Cianorte aposta no estudioso Gílson Kleina, o União no veterano Orlando Bianchini, o Londrina no novato Vica aquele becão que jogou no Coritiba e no Fluminense e o Paranavaí em Célio Silva, outro zagueirão que fez história.
E vai ser dada a largada de um campeonato cujos favoritos são os três clubes da capital.
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