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Na rodada em que fortes candidatos ao título como Fluminense, Co­­rinthians e Interna­­cio­­nal perderam, o Atlético não conseguiu vencer o Vasco para dar um salto na classificação.

A partida de ontem assinalou a estreia do técnico Sérgio Soares e do goleiro João Carlos, que teve a responsabilidade de substituir Neto, com boas atuações dos dois. O problema foi mesmo a falta de melhores atacantes para a marcação do gol que poderia ter remetido o Furacão à quarta colocação no campeonato.

A defesa manteve a unidade e a eficiência, enquanto os alas produziram a contento, especialmente na etapa complementar, e Paulo Baier lutou como um tigre na organização do meio de campo, porém o ataque outra vez foi uma negação.

E olhem que, com as ausências de Guérron e Bruno Mineiro, o Atlético gastou o seu estoque ofensivo com as entradas de Thiago Santos, Marcelo, Maikon Leite e Nieto, sendo que o argentino conseguiu perder uma chance imperdível no último mi­­nuto do jogo, cara a cara com o já batido goleiro Fernando, do Vasco.

O empate sem gols frustrou a torcida atleticana que compareceu à Arena da Baixada e as vaias que irromperam após o apito final do árbitro foram o protesto de todos pela falta de qualidade dos atuais atacantes do time, que vive quase exclusivamente das bolas paradas, sobretudo quando partem dos pés de Paulo Baier.

Fidelidade

A repentina saída de Carpegiani do Atlético e a dispensa de Marcelo Oliveira do Paraná ocorreram no mesmo dia, mas em circunstâncias diferentes.

Carpegiani simplesmente trocou o Atlético pelo São Paulo, jo­­ gando para cima as juras de amor feitas e os planos para classificar o time à Libertadores, enquanto Oliveira foi convidado a se retirar para que a diretoria tentasse jogar sobre as suas costas o desgaste da má campanha da equipe.

É indiscutível o poder econômico do futebol paulista sobre o paranaense e não existem termos de comparação entre o que o São Paulo e o Atlético podem realizar. Investindo com proposta irrecusável, o time paulista levou Carpegiani na hora.

Se observarmos o fato de que o Coritiba também ficará sem Ney Franco ao final do campeonato, tendo em vista a sua ida para a comissão técnica da seleção brasileira, concluiremos com facilidade que o nosso futebol é refém de suas próprias limitações econômicas.

Mas os dirigentes também não podem reclamar porque, além do exemplo da dispensa de Marcelo Oliveira no Paraná, Antônio Lopes, há poucos meses, foi mandado em­­bora de forma relativamente deselegante pelo Atlético. Lamen­­tavel­­mente é assim que as coisas funcionam no futebol brasileiro e, como na política nacional, há muito tem­­po a ética foi jogada na lata de lixo.

Uma parte não pode cobrar fi­­delidade da outra, pois age da mesma forma quando decide pela mudança de clube.

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