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Talvez seja só impressão, mas ainda não sinto a­­quele clima de Copa. A imprensa faz a sua parte, enviando grandes equipes para a África do Sul, e a televisão não para de nos lembrar que falta pou­­co para a grande festa do futebol, mas não se observa o brasileiro empolgado com a seleção.

Por aqui, os torcedores andam mais preocupados com as chances dos nossos times no Brasileiro do que com o escrete nacional que se prepara para a estreia.

Parece que anda faltando a motivação de outros Mundiais, particularmente aqueles em que o torcedor vibrava com os ídolos e apostava na conquista do título. É verdade que perdemos as Copas nas quais éramos favoritos.

Na primeira tentativa do tri, em 1966, tivemos o pior desempenho; em 1982, caímos diante dos italianos; em 1998, entramos em campo capengas na final com a França e, em 2006, perdemos outra vez para os franceses – a imagem que ficou foi a arrumada de meia do Roberto Carlos.

O Brasil voltou campeão quando poucos apostavam na seleção: em 1958, por causa do antigo complexo de vira-lata; em 1994, pelo retrospecto negativo dos últimos anos; e em 2002, pelo sofrimento nas Eliminatórias.

E como é que estamos agora ? Sob um halo de mistério, Dunga escondeu o time em Curitiba, mas abriu as portas na África do Sul, onde tudo parece correr a mil maravilhas. Como sempre tivemos muitos craques, o torcedor não esta acostumado com uma equipe mais competitiva do que talentosa. Ou mais operária do que criativa, se preferirem.

Mas aí não é culpa de Dunga. Exceto o jovem meia armador Ganso, não se enxerga nenhuma ausência injustificada. Ele também não tem culpa se Ronaldinho Gaúcho perdeu a forma e passou a ser um jogador comum ou se Adriano desistiu da Copa em nome da alegria do pagode.

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