Excesso de verbas públicas na construção de estádios, sedes escolhidas por motivos políticos, falta de infraestrutura e logística do país para bancar um evento dessa magnitude e obras atrasadas nos preparativos da Copa de 2014.

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O mais grave é que o Brasil esta repetindo nesse empreendimento ultraprofissional alguns erros cometidos na semiamadora Copa de 1950. Um levantamento realizado por pesquisadores e jornalistas paulistas revelou que o nosso primeiro Mundial foi completamente patrocinado com dinheiro publico: o governo federal, como agora, enxergou uma oportunidade de promoção internacional. Só que apenas 13 seleções se inscreveram e a Argentina – provavelmente a melhor equipe da época – não veio porque o ditador Perón tinha cisma com o então presidente Getulio Vargas.

Mesmo tendo quatro anos para se preparar, o Brasil só definiu as sedes um ano antes da Copa e em praticamente todas as seis cidades escolhidas os atrasos nas obras marcaram a preparação. O presidente da CBD (Confederação Brasileira de Desportos) na época, o carioca Rivadávia Meyer queria que o governo federal construísse um estádio publico em Porto Alegre, como havia acontecido com o Pacaembu, em São Paulo; o Independência, em Belo Horizonte e o Maracanã, no Rio de Janeiro, mas não houve acordo entre os políticos gaúchos. Para que Porto Alegre não ficasse fora, o prefeito Ildo Meneghetti decidiu liberar a verba para a ampliação dos Eucaliptos, estádio do Internacional, clube que ele havia presidido.

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As obras do Maracanã ficaram travadas por conta de uma disputa política entre o prefeito do Rio, Mendes de Morais com Carlos Lacerda, líder da oposição para ver quem era o pai do maior estádio do torneio. O Maracanã foi inaugurado mesmo inacabado com andaimes sustentando a cobertura atrás das metas durante os jogos da Copa. E o prefeito venceu a batalha colocando o seu nome no Maracanã, depois retirado, tornando-se jornalista Mário Filho a partir de 1966.

Em Curitiba foi em vão o esforço do empreiteiro Reinaldo Thá em tentar conseguir recursos com a iniciativa privada, contando com o apoio do general Durival Britto e Silva, superintendente da Rede Viação Paraná-Santa Catarina. Meses antes dos dois jogos programados para a cidade, o governo do Paraná teve de injetar dinheiro (R$ 430 mil em valores atualizados) para que o estádio alcançasse a capacidade exigida pela FIFA.

Graças ao dinheiro publico investido, a Vila Capanema foi palco dos jogos entre Espanha e Estados Unidos, com apenas 9 mil pessoas e Suécia e Paraguai, com 8 mil pessoas. Bem abaixo da capacidade completa do estádio que servia para os jogos do Clube Atlético Ferroviário, um dos antecessores do Paraná Clube.