Vi grandes times do Coritiba, assim como já assisti formações de menor expressão técnica; vi ótimos times do Atlético, do mesmo jeito que assisti escalações com inexpressiva envergadura técnica.
Às vezes os dois apareciam bem ou apenas um melhor do que o outro. Mas os torcedores sempre surgiram esfregando as mãos.
Nunca assisti um Atletiba ruim. Um clássico mal jogado ou que deixasse o torcedor entediado. Independentemente da categoria dos jogadores ou do que estava em disputa, as equipes sempre brindaram o público com espetáculos à altura da tradição do grande jogo.
O Atletiba, como todo clássico que se preza, tem o poder de mexer com os sentimentos dos jogadores e exigir mais dos treinadores que são chamados à responsabilidade nos dias que o antecedem.
Não tem sido diferente nesta semana em que Paulo Autuori e Gilson Kleina tiveram todo o tempo para promover experiências, avaliações, testes e, afinal, se convencerem do melhor para os times que iniciam domingo a decisão do título.
Contestado por muitos torcedores alviverdes desde o começo do trabalho, Kleina teve de provar com resultados o acerto da sua contratação. Sempre acreditei no seu potencial profissional e considerei desproporcional a contrariedade de setores da torcida.
A verdade é que ele foi mal apresentado pela diretoria, em momento no qual Pachequinho estava santificado pela salvação do time, que se viu novamente ameaçado pelo rebaixamento nacional.
Aos poucos, o Coxa evoluiu durante a competição, ajustou a zaga com a promoção de Luccas Claro como titular, melhorou na articulação com a recuperação de Juan e cresceu no apoio ao ataque com a experiência do ala Ceará e o amadurecimento técnico de Carlinhos. Daí em diante as coisas se desenvolveram com Negueba, Dudu e, sobretudo, Kléber.
O desfalque de Juan terá de ser superado para que o time não perca o rendimento na meia-cancha.
Aparentemente montado para tentar recuperar o título estadual, o Atlético sofreu turbulências no campeonato inteiro.
Primeiro, porque Cristóvão não conseguiu acertar o posicionamento dos jogadores e acabou caindo; segundo, porque alguns dos novos contratados não deram a resposta esperada.
A inteligência tática e a vivência de Autuori ajudaram o Rubro-Negro a melhorar nos importantes confrontos com Londrina e Paraná.
O Furacão ainda tem problemas de ajuste, porém a rivalidade no clássico diminui diferenças técnicas desde que haja espírito de luta.
As críticas, particularmente a Walter e Marcos Guilherme, podem mexer com os brios de todos fazendo com que redobrem o empenho na hora de decidir o título tão aguardado pela calorosa torcida atleticana.