A badalada festa promovida pela Fifa para apresentar os destaques da temporada serviu como alento ao futebol brasileiro.
Um pouco pelo golaço do goiano Wendell Lira, que desbancou a obra-prima de Messi no gol mais bonito do ano, mas muito pela presença de quatro brasileiros na seleção do mundo: o atacante Neymar, o terceiro melhor, bem distante de Messi e Cristiano Ronaldo; o zagueiro Thiago Silva; e os laterais Daniel Alves e Marcelo.
Três são unanimidade nesta fase de vacas magras em que Dunga tenta reconstruir o prestígio da seleção, porém Thiago Silva tem deixado a desejar quando veste a camisa amarelinha. Titular absoluto no PSG, o ex-zagueiro do Fluminense errou feio ao cometer pênalti infantil na partida com o Paraguai pela Copa América, no ano passado, que contribui para eliminar o Brasil.
Comparações fazem parte da vida – e não poderia ser diferente no futebol, onde elas ocorrem por qualquer pretexto.
Mesmo com as duas maiores potências clubísticas do planeta – Real Madrid e Barcelona –, a seleção espanhola não se distinguiu através das décadas. A exceção ocorreu nos últimos anos, quando chegou ao título mundial em 2010, graças uma safra de jogadores excepcionais. Nunca antes na história daquele país, como diria o ex-presidente Lula, houve astros da grandeza de Xavi e Iniesta. Praticamente transformados em lendas, pois deram toque de requinte à seleção espanhola e se destacaram como eixo central da perfeita engrenagem do Barcelona nos últimos anos. Em torno deles floresceram Casillas, Sergio Ramos, Piqué, Puyol, Busquets e alguns poucos mais.
Provavelmente a Espanha encontrará dificuldade para manter o seu padrão de qualidade nas futuras competições, pois boa parte daquela safra de ouro pouco a pouco vai saindo de cena.
Fenômeno experimentado pelo atual futebol brasileiro que, além dos reconhecidos problemas éticos e morais dos dirigentes da CBF e das federações estaduais, não tem tido sorte na geração de novos craques.
Trabalho deficiente nas categorias de base, avacalhação de um torneio interessante como a Copa São Paulo de Juniores, com o seu inchaço para atender a interesses políticos, e o êxodo para o exterior de bons jogadores ainda na adolescência, inibem o surgimento de estrelas brilhantes nos times principais.
Os espanhóis curtem, com inteligência e praticidade, a safra incomum e superior deles, da mesma forma que estamos à espera do surgimento de novos talentos no mesmo nível de Neymar, Daniel Alves, Marcelo, Thiago Silva e outros que mereçam destaque no futuro.
E nenhum país revelou, através dos tempos, tantos virtuoses como o futebol brasileiro.
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