A CBF e a Fifa decidiram fazer a Copa de 2014 no Brasil e trataram de trabalhar com eficiência nos bastidores para conseguir sucesso na empreitada, superando concorrentes respeitáveis com infraestrutura pronta.
A primeira etapa foi vencida, com os votos que decidiram a escolha do país-sede por aclamação (sem oponentes), mais ou menos dentro dos mesmos critérios que apontaram a Rússia e o Catar como próximos patrocinadores. O que vale dizer: jogo político e interesses econômicos.
Em todos os casos os governantes apoiaram a ideia e deram o aval necessário, tanto que o presidente Lula participou diretamente dos dois triunfos esportivos nacionais: a Copa do Mundo e a Olimpíada, em 2016, no Rio de Janeiro.
Só que o tempo passou, Dilma assumiu no lugar de Lula, mudaram diversos governadores e o prenuncia-se no horizonte brasileiro um fiasco anunciado.
Os organizadores da Copa fazem diversas recomendações para a realização do arquibilionário negócio e a cada novo torneio apresentam novos projetos que tornam necessárias obras civis que exigem grandes investimentos: estádios, aeroportos, portos, trens, transportes urbanos, hotéis, concentrações e infraestrutura das cidades escolhidas para atender à demanda de torcedores e turistas de todos os cantos do planeta.
Como o Brasil é um país de Terceiro Mundo, altamente deficiente em diversos setores e com elevado grau de corrupção no serviço público e na política em geral, pode pagar um mico daqueles com o provável fracasso na tentativa de atender ao caderno de encargos da Fifa.
Desabamentos de encostas e sangrentos confrontos entre policiais e traficantes no Rio de Janeiro; enormes enchentes em São Paulo; trânsito caótico e insegurança pública em muitas capitais; carência de hospitais, escolas, estradas e policiamento deficiente na maioria das cidades; suspeita de superfaturamento nos estádios públicos em obras e dificuldades para a construção de estádios em São Paulo, Natal, Cuiabá e para a reforma do Beira-Rio, em Porto Alegre, acenderam o sinal de alerta no painel de controle da Fifa.
Acontece que os promotores do megaevento estão com o lucro assegurado, através dos patrocínios que foram negociados em conjunto com os barões do marketing esportivo internacional e os meios eletrônicos de comunicação.
A conta do banquete será paga pelo governo, obviamente com o dinheiro do contribuinte. Ou seja, todos nós. O povo é que vai bancar a festa, mesmo expulso das arquibancadas pelo alto custo dos ingressos.
Mas os atuais governantes sabem que o custo político dos gastos será elevado, sem esquecer que as próximas eleições gerais acontecerão exatamente no ano da Copa do Mundo no Brasil.