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Atlético e Coritiba, nossos representantes na Primeira Divisão e com calendário nacional e internacional nesta temporada, jogaram e decepcionaram inteiramente. Mais do que isso, frustraram as expectativas dos torcedores, que contavam com atuações mais eficientes e, em última análise, um espetáculo a altura das tradições do clássico.

O que vimos foram duas equipes tecnicamente frágeis, sem inventividade na meia-cancha e, consequentemente, sem presença ofensiva. O placar sem gols espelhou fielmente aquilo que renderam os times que são favoritos naturais ao título estadual, ao lado do Paraná, mas que estão ficando para trás no cenário nacional.

O futebol paranaense regrediu nos últimos anos, fracassando na Copa do Brasil e disputando o Campeonato Brasileiro apenas com a preocupação de escapar do rebaixamento.

É muito pouco para a história da dupla Atletiba e, sobretudo, para atender aos sentimentos dos seus torcedores, os quais continuam dispostos a participar diretamente tanto que cada um conseguiu arregimentar mais de 20 mil sócios, com perspectiva de aumentar esta marca até o final do ano.

Acontece que os nossos clubes gastam muito e gastam mal, contratando inúmeros jogadores de baixo nível técnico em vez de enxugar os elencos e qualificá-los para tentar resgatar o prestigio no panorama nacional. Com a queda técnica, eles perderam espaço na mídia, faturaram menos na divisão do bolo da verba da televisão e desagradaram os seus fãs. Em vez de continuar ensaiando para não cair, deveriam acreditar mais em suas possibilidades e deixar de contratar jogadores superados ou tecnicamente meia-boca.

A política de contratar dezenas de jogadores tecnicamente limitados sob o argumento de que as negociações proporcionaram lucro ao clube, esvaziou o Atlético, que de vice-campeão brasileiro e continental passou os últimos três anos sem titulo estadual e apenas jogando para evitar o rebaixamento.

O Coritiba revelou diversos bons jogadores, mas não teve cacife para bancá-los e, consequentemente, também sofreu processo de esvaziamento. Não conseguiu segurar os melhores e continua correndo atrás de substitutos para tentar manter as promessas feitas pelos dirigentes no ano do centenário.

E o Paraná, que se prepara para disputar a Segunda Divisão novamente, também não conseguiu evitar a saída de suas principais revelações e aposta em veteranos que rodaram por diversos times e estacionaram na Vila Capanema.

Estamos assistindo a uma situação difusa no futebol paranaense, onde os times do interior são montados artificialmente e os times da capital estão ficando muito distantes dos principais concorrentes do país. A diferença está cada vez mais acentuada e, para constatar isso, basta correr os olhos pelos elencos dos nossos clubes em comparação com os seus adversários no Campeonato Brasileiro.

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