Encerrou-se ontem, após 22 anos de reinado, a presidência de Onaireves Moura na FPF. Talvez prevendo que dificilmente escaparia de uma punição no STJD, diante da variedade de denúncias apresentadas pelo procurador daquele tribunal esportivo, ele licenciou-se do cargo e anunciou que não voltaria mais. E não voltará mesmo, pois recebeu dura punição pela coleção de irregularidades cometidas através dos tempos.
É o fim da Era Moura, marcada por absoluto poder sobre as ligas amadoras e os clubes menores, com a convivência dos chamados grandes times, dependendo das circunstâncias dos campeonatos ou dos interesses em jogo.
Resta saber quem vai assumir o cargo para fazer a necessária e imprescindível faxina geral na casa do futebol paranaense.
Futebol entre aspas
O futebol, infelizmente, não nos oferece mais belos espetáculos na quantidade que havia nos velhos tempos. Depois de ver o clássico São Paulo e Palmeiras, domingo, muita gente deve ter ficado com saudade do São Paulo dos tempos de Zizinho e Canhoteiro, ou de Gérson e Pedro Rocha, de Serginho e Zé Sergio, de Muller, Silas e Careca, de Raí, Muller e Palhinha. Quanto ao Palmeiras basta recordar dos tempos da primeira Academia, com Zequinha, Julinho e Chinesinho e, a segunda, com Dudu, Ademir da Guia, César e outros. Ou da época da Parmalat com Rivaldo e companhia.
É o preço que se paga pela volumosa e descontrolada saída de jogadores para o exterior. O curioso é que o dólar está baixando e o real ganhando musculatura a cada novo dia, juntamente com a melhora do conceito de seriedade do Brasil para os investidores internacionais. Já não é hora de o futebol alinhar-se aos novos tempos e tomar jeito?
Daqui a pouco o discurso usado pelos dirigentes de que não dá para segurar os melhores jogadores por causa da moeda, vai cair no vazio. Daí aparecerá a dura realidade: corrupção, continuísmo e incompetência, o trinômio que impede a recuperação do futebol brasileiro.
As redes de televisão aceitam pagar mais pelos eventos, tanto que negociam a renovação dos direitos de transmissão dos próximos campeonatos nacionais em torno de R$ 500 milhões ao ano. Da mesma forma que inúmeras multinacionais estão a fim de investir nos clubes desde, é claro, que não se repitam as indecências cometidas por diversos cartolas na década de noventa e inicio do novo século.
O acordo MSI e Corinthians virou sinônimo de coisa errada. E ninguém esqueceu do que aconteceu com o Flamengo, o Vasco, o Cruzeiro, o Grêmio e outros menos votados.
Só voltaremos a ter belos espetáculos, profusão de gols e estádios lotados quando os clubes se reestruturarem e tratarem de procurar recursos para segurar os melhores jogadores. Sem craques não há grandes jogos e sem grandes jogos não existem patrocinadores interessados em agregar suas marcas aos distintivos dos clubes.
Enquanto o futebol europeu explode de tanto ganhar dinheiro, por aqui parece que estamos na idade da pedra lascada com os grandes clubes tentando construir estádios e com promessas da formação de melhores times que não se cumprem jamais.
O futebol brasileiro continua entre aspas.
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