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Esta ficando cada vez mais cristalino o distanciamento entre os principais times do futebol paranaense com os dos maiores centros.

Começa pela maior população, pela grande abrangência dos clubes dos quatro pontos cardeais do futebol brasileiro, pela capacidade de arregimentação de sócios, pela divisão do bolo das verbas destinadas pela televisão (com base nas assinaturas de jogos pagos) e, sobretudo, pela capacidade de conquistar patrocinadores de peso.

Com tantas diferenças a favor dos times paulistas, cariocas, gaúchos e mineiros, resta aos times paranaenses rever, com a máxima urgência, alguns conceitos estabelecidos. A discussão do modelo do Campeonato Paranaense, por exemplo, deveria merecer maior atenção por parte dos grandes clubes, começando pela drástica redução do número de participantes para a criação de um campeonato enxuto e, consequentemente, mais atraente e rentável.

Mas parece quase impossível o diálogo, tanto que no final do ano passado o Coritiba abandonou a associação criada pelos clubes fazendo juras de amor e subserviência à Federação Paranaense de Futebol. Ora, se entre os três maiores interessados – Atlético, Coritiba e Paraná – não houver entendimento empresarial em torno do negócio chamado futebol, dificilmente eles conseguirão superar as barreiras que os reduzem a possuir menor torcida do que o Corinthians Paulista em território paranaense.

Outro aspecto importante é a possibilidade de maior brilho nacional e internacional por meio da formação de equipes competitivas para tentar ganhar a Copa do Brasil, já que o Campeonato Brasileiro surge cada vez mais longe do alcance dos paranaenses. Estão aí Santo André, Sport e outros times fora do eixão que levantaram a Copa do Brasil e ganharam lugar na Libertadores. Para isso, basta competência na formação das equipes e trabalho sério com objetivos bem traçados.

Por último, o completo aproveitamento das revelações que surgem nas divisões de força. A atual Copa São Paulo de Juniores tem mostrado que Atlético e Paraná possuem jogadores de qualidade e que reúnem, perfeitamente, capacidade técnica para serem aproveitados a curto prazo. Basta que eles não desapareçam de cena entre o encerramento do torneio e a expectativa da torcida em vê-los disputando posições no time principal.

Sem recursos econômicos para contratar jogadores prontos e experientes no reforço de suas equipes, sobrou ao futebol paranaense a árdua missão da garimpagem e da formação de valores.

E, pelo que se pode observar, a matéria prima possui boa qualidade e os profissionais que estão lapidando as novas joias demonstram capacidade no trabalho.

São jovens que se identificam com os clubes e respeitam a sua história, dedicando-se integralmente às tarefas.

Com todas as dificuldades, ainda assim o trio da capital mantém uma fímbria de esperança.

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