A partida final acompanhou a característica desta Copa: futebol tecnicamente medíocre, poucos talentos individuais, muita marcação e cautelas defensivas.
Enquanto a bola rolou a França foi superior e poderia ter vencido, porém a atitude impensada de Zidane tirou o brilho da equipe que acabou derrotada na decisão por pênaltis.
Para um torneio fraco semelhante as copas de 1990 e 1994 , nada mais natural do que o título ser decidido na cobrança de pênaltis. A Itália ganhou uma final sofrível.
Para os brasileiros restou o gosto amargo da frustração, pois todos sabiam da real capacidade técnica da seleção desde, é claro, que possuísse um técnico competente, mais trabalhador e ligado no dia-a-dia da preparação e nas reações psicológicas dos jogadores.
Parreira foi de uma complacência irritante, conseguindo, por fim, estragar a sua biografia no futebol. Lamentavelmente, para nós, perdemos uma Copa ganha diante da mediocridade técnica dos adversários; lamentavelmente, para ele, saiu de cena por baixo, como autêntica Geni do torcedor brasileiro.
Agouro
Desde o jogo com a modesta Croácia que o agouro andou apertando muitos corações brasileiros. Os mais apaixonados apostaram na recuperação, os mais céticos num absurdo complô. Só para refrescar a memória dos alimentadores de teorias conspiratórias é bom lembrar que apenas uma província da China, por exemplo, representa muito mais venda de material esportivo que o Brasil inteiro. Ou seja, baixem a bola, pois em termos mercadológicos o Brasil não é tão importante assim para uma empresa multinacional com tentáculos em todos os continentes.
Fui atacado pela premonição de que as coisas não caminhavam bem com a seleção já na estréia com a Croácia. No fundo não era bem uma adivinhação aziaga, mas a constatação objetiva de que a nossa mal preparada seleção chegara até onde podia e não abanava as ilusões de um título imerecido.
No jogo com a França, a liberdade oferecida a Zidane, a omissão dos nossos craques em campo, as indecisões de Parreira para mexer no time e tentar salvar a pátria de chuteiras foi o sinal de que a roda da fortuna escolheu o lado que estava compenetrado, jogando com seriedade e aplicação.
A seleção brasileira saiu da Copa do Mundo de cabeça baixa, vergada pelo peso da máscara que dominou o ambiente desde a enganosa conquista da Copa das Confederações.
Faltou autocrítica e desejo efetivo a todos de realizar o sonho do hexa, alimentado por 180 milhões de brasileiros.
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