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Como o futebol paranaense anda longe de empolgar, a decisão entre Coritiba e Operário provoca lembranças de épocas mais favoráveis dos nossos times.

Quanto ao declínio atual, basta verificar a ausência de público nos estádios –a semifinal entre Coxa e Londrina, no Alto da Glória, teve pouco mais de 13 mil pagantes – em comparação com o Itaquerão cheio para o clássico paulista, o Maracanã lotado para o clássico carioca ou os espetáculos proporcionados pelas torcidas de Cruzeiro e Internacional nas partidas em que confirmaram classificação na Libertadores.

Com a incompreensível e inaceitável atitude do Atlético, de desprezar o Estadual para em seguida pagar o maior vexame dos últimos tempos em sua moderna arena invariavelmente vazia e com o teto retrátil fechado servindo como caixa de ressonância aos protestos da torcida contra os profissionais e dirigentes, somada à queda vertical do Paraná, nos restou a força de superação do Interior.

Aí é que entra o Operário, orgulho de Ponta Grossa e dono de uma torcida apaixonada na região dos Campos Gerais. O centenário clube chegou às finais graças ao trabalho sério e competente realizado dentro e fora do campo.

Os finalistas premiados pelo esforço e vontade de acertar inevitavelmente remetem os torcedores mais antigos a histórica final do campeonato da Zona Sul, em 1961. Ambos possuíam bons times, com o Fantasma lançando jovens que brilharam intensamente como o goleiro Arlindo, o volante Hélio Silvestri e um ataque arrasador com Jairo, Fiuzza, Silvio, Leocádio e Otavinho.

Do outro lado o ocaso de uma geração de ouro onde se destacavam Bequinha, Nico, Carazzai, Miltinho, Ivo, Duílio e Ronald. Até que chegou o paraguaio Agapito para embaralhar tudo e remeter a decisão para o tapetão, com vitória do Fantasma no STJD. Nas finais, entre os campeões do Sul, Norte Velho e Norte Novo, o título ficou com o Comercial, de Cornélio Procópio.

O favorito

Favorito natural no Estadual, o Coritiba é o maior campeão exatamente por sempre procurar formar equipes competitivas. Neste ano, a nova diretoria acertou ao preservar Marquinhos Santos no comando e realizou contratações pontuais de jogadores desgastados nos maiores centros, mas que cabem no tamanho do bolso do clube e que deram certo para o torneio doméstico.

O Coxa é, sim, o favorito à conquista. Mas terá de fazer por onde até levantar a taça. O susto, com má apresentação e derrota em Londrina, despertou o espírito guerreiro do grupo que se comportou muito bem no jogo de volta. Agora, caberá ao Operário mostrar que tem cacife para derrubar o gigante alviverde.

O técnico Itamar Schülle montou um elenco experiente e consistente, especialmente na defesa que é o ponto alto da sua equipe. Grande jogo, domingo, em Vila Oficinas.

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