Seis gols sofridos e nenhum marcado em duas partidas decisivas na Arena da Baixada refletem a desorganização tática e técnica do time do Atlético.

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Pelo jeito, a difícil e comemorada vitória sobre o Flamengo fez mal ao treinador Paulo Autuori e à maioria dos jogadores. Autuori sofreu um desvio narcísico que o impede por vezes de observar os anseios do torcedor e do próprio clube para o qual trabalha. Ou seja, poucos se importam com as suas opiniões sobre o desorganizado calendário do futebol brasileiro ou da sua visão depreciativa sobre o Campeonato Paranaense.

Muitos se importam com a formação de um elenco equilibrado e com a disposição de a equipe disputar todas as competições com vontade de vencer.

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O título de campeão estadual é, sim, muito importante, aqui e em todos os outros estados do país. Aliás, é, atualmente, o único título efetivamente ao alcance dos times paranaenses.

Talvez as suas declarações não coincidam com a da maioria absoluta dos torcedores.

Mas todos terão de explicar a ausência de um avante com as características de Walter, André Lima ou mesmo Rafael Moura para resolver a inoperância do ataque; ou a inutilidade das contratações dos veteranos Carlos Alberto e Grafite; ou a inexplicável desarrumação defensiva verificada nas duas últimas goleadas dentro de casa.

O triunfo sobre o Flamengo parece ter feito muito mal mesmo, pois em seguida o time jogou sem alma com Coritiba e San Lorenzo e, por isso, mereceu perder. Não se pode dizer que o futebol projetado por Autuori não tenha sido ofensivo. Foi absolutamente ofensivo: ofendeu o bom senso, ofendeu o gosto e ofendeu a torcida também.

O Furacão sem força levou dois gols de cabeça, refletindo a soberba dos seus experientes zagueiros e o péssimo posicionamento defensivo. Os argentinos Paulo Díaz e Blandi agradeceram, assim como Botta não se fez rogado e concluiu com sucesso no mesmo jogo em que os atleticanos sofreram com a ineficiência de Douglas Coutinho, Eduardo da Silva, Grafite e outros menos votados.

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Festa verde

Pelo magnífico resultado obtido na primeira partida final na casa do adversário, o Coritiba reúne todas as condições para confirmar o favoritismo adquirido no clássico do Alto da Glória.

Nem o técnico Pachequinho, nem os jogadores e muito menos a torcida coxa-branca esperavam que a possibilidade de recuperar o título estadual se tornasse tão fácil.

A festa verde está pronta e só precisa o time jogar com a mesma compenetração e objetividade de domingo passado.

Todos terão de atuar com atenção e cautela, afinal é significativa a vantagem de gols e o fato de a partida ser realizada perante a calorosa torcida que esfrega as mãos para comemorar nova conquista depois de ter perdido duas finais consecutivas.