Lamentavelmente as autoridades de Santa Catarina falharam na segurança na Arena de Joinville, pois em nenhum lugar do país o policiamento militar se restringe ao trabalho fora do estádio, como aconteceu no jogo de ontem. Mais uma vez o pequeno contingente de bandidos que se mistura à grande torcida atleticana invadiu a área neutra entre as torcidas e provocou os simpatizantes do clube carioca, estabelecendo-se um conflito de grandes proporções que obrigou o árbitro a interromper a partida.
Certamente Atlético e Vasco serão punidos pelo tribunal esportivo e perderão mandos de jogos na próxima temporada, enquanto os vândalos travestidos de torcedores continuarão prejudicando o futebol, da mesma maneira que os "black blocs" inibiram as passeatas democráticas dos cidadãos de bem que protestavam contra os péssimos governantes que temos.
No campo, o Furacão voltou à Libertadores graças a uma apresentação que, se não serviu para redimir o time do papelão na final da Copa do Brasil, confirmou a sua classificação com uma bela goleada sobre o desnorteado Vasco.
O time de Vagner Mancini jogou com a disposição tática e, sobretudo, a compostura moral que lhe faltaram na final com o Flamengo e na bisonha apresentação frente ao Santos e dominou o adversário, apesar do esforço dos cariocas até sofrerem o terceiro gol.
Com três gols, o baixinho Éderson conságrou-se como o artilheiro do campeonato, repetindo o feito de Washington o Coração Valente na campanha de 2004, quando o Atlético também amarelou na reta de chegada e desperdiçou a chance de conquistar o bicampeonato brasileiro.
A maioria absoluta da torcida atleticana, que não tem nada a ver com a cafajestada do grupinho que entrou em choque físico no estádio, comemorou a goleada e o fecho de uma campanha muito boa.
Coxa escapou
Jogando com muito mais determinação do que o São Paulo e fazendo por merecer continuar na Série A, o Coritiba venceu com gol de Luccas Claro e teve competência para administrar a vantagem.
Nem mesmo a ausência do goleiro Vanderlei, liberado pelo falecimento de sua mãe, atrapalhou os planos do vitorioso Tcheco, tendo em vista a boa atuação do substituto Vaná. Tcheco saiu-se bem nos jogos decisivos, administrando o caos e conseguindo extrair o máximo de todos os jogadores.
O Coxa escapou e remeteu o Fluminense à Série B, com 16 anos de atraso, pois graças ao poder político do Tricolor carioca na CBF ele pulou da Série C para a A nos velhos tempos em que prevaleciam as viradas de mesa.
O Vasco, outro clube acostumado a ser beneficiado no tapetão, especialmente na época do infame cartola Eurico Miranda, voltou a cair depois de cinco anos na vitrine principal.