Transformado em negócio mundial, um dos maiores business do momento, o futebol declinou como espetáculo. E quem mais sentiu os efeitos da decadência técnica do grande espetáculo foram as seleções nacionais.
Basta observar que não há termos de comparação entre o sucesso dos times ingleses com as bisonhas atuações do célebre English Team, a seleção inglesa. E isso também se aplica ao milionário futebol espanhol e italiano, cujos clubes brilham enquanto as seleções nacionais capengam. Dá para comparar, por exemplo, a empolgação de um jogo do Milan com a retrancada e arrastada Azurra?
Pois é, o futebol brasileiro também está contaminado, e a atual seleção brasileira não é nem sombra do que foi no passado, e muito menos do que mostraram os principais times do país através dos tempos. Com a agravante de que os jogadores brasileiros começaram a perder o sonho de vestir a camisa canarinho.
Embalados pelos contratos milionários no exterior, e pressionados por patrões exigentes, diversos jogadores torcem o nariz quando recebem a convocação para defender a seleção. Isto seria impensável há alguns anos, antes do profissionalismo selvagem que domina o futebol moderno. Jogar pela seleção significava a realização de um sonho e um orgulho para todo atleta. Hoje em dia eles apenas cumprem a obrigação, como essa medíocre seleção sub-20 que foi eliminada no campeonato realizado no Canadá.
Nem mesmo o badaladíssimo Alexandre Pato escapou, com atuações pífias que o denunciam como um possível blefe, tanto quanto outros que foram, prematuramente, endeusados pela mídia e enfeitados pelos empresários.
Dentro do quadro atual, a Copa América apenas acompanha o baixo nível técnico dos últimos mundiais e dos demais torneios entre seleções. Simplesmente está caindo em desuso o confronto entre países, já que torcedores e jogadores preferem os jogos entre clubes. As competições de seleções estão se tornando algo obsoleto, uma obrigação protocolar, quase sem alma. Nada a ver com a cafajestada da seleção chilena, mas longe desta incontida vibração dos argentinos que não ganham nada há muito tempo e estão valorizando acima do normal o título desta Copa América.
Pelo baixo nível técnico do torneio os argentinos passaram a arrancar suspiros dos puristas do futebol, especialmente daqueles que não tiveram o privilégio de ver em ação os verdadeiros grandes times do passado que entraram para a história.
Resumindo: essa seleção argentina não tem nada de espetacular, apenas é melhor do que a mediocridade generalizada que se encontra na Venezuela e, por sua vez, essa seleção brasileira é uma das mais fracas já formadas em todos os tempos.
Só falta o Brasil ganhar. Daí ninguém agüenta o Dunga que, pelas reações, deveria ter o apelido de Zangado.