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Uma das atrações da Olimpíada é o futebol feminino. Tradicionalmente considerado esporte de homem por causa do choque físico e das dimensões do campo de jogo, o futebol feminino foi se impondo naturalmente. Nem tanto pelo padrão técnico apresentado, mas pelo esforço das jogadoras que pouco a pouco conseguem aperfeiçoar os fundamentos.

Quando estourou a Segunda Guerra Mundial, a arrogância militar nazista não podia suspeitar que estava provocando, indiretamente, a futura liberação da mulher. E liberação no sentido pleno do termo, com o direito a ter voz e vida escolhida, profissão, carreira. O direito de ser gente, que de forma alguma elimina o direito de ser mãe.

Até então, com as exceções de praxe – Madame Curie nas ciências, as irmãs Brontë na literatura, Sarah Bernhardt no teatro, Greta Garbo no cinema e outras –, às mulheres ocidentais estavam reservados papéis preestabelecidos dentro da tradição de um mundo organizado pelos homens.

A educação era reservada às meninas de famílias prósperas, com forte enfoque em bordados e outras utilidades para as futuras donas de casa. As meninas aprendiam a ler e escrever e nas classes sociais inferiores quando podiam mandar um filho à escola, escolhiam os do sexo masculino, claro.

As mocinhas criadas em conventos depois se tornavam profissionais em algumas áreas. Foram as sementes da primeira profissão realmente aberta às mulheres: o magistério.

Com o avanço das tropas nazistas na Europa e japonesas no Pacífico os homens ocidentais foram recrutados para a defesa dos seus países e as mulheres convocadas para trabalhar na indústria de guerra. E elas nunca mais deixaram de trabalhar fora de casa.

As moças começaram a ingressar em universidades em número nunca antes visto e iniciaram a conquista do próprio espaço, não como substitutas da força de trabalho, mas como seres humanos preparados para buscar a sua própria oportunidade de viver sem tutelas e plenamente aceitas.

Essa transformação comportamental não ocorreu em todos os países e nem poderia ser uniforme, mas provocaram outras revoluções que mudaram a cara do século 20.

Como o mundo é desigual, também a afirmação feminina e sua independência são diferentes, dependendo de geografias e latitudes.

Se na sociedade arcaica elas permanecem discriminadas, do outro lado do planeta até a bola corre pelos gramados para a alegria das jovens que amam o futebol e do público que não se cansa de aplaudi-las, nas vitórias e nas derrotas.

Os Jogos Olímpicos que celebram a confraternização de povos e raças representam o exemplo vivo da igualdade entre homens e mulheres no mundo civilizado.

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