Raramente as histórias do esporte resultam em bons filmes.
As exceções existem apenas para confirmar a regra, tais como os famosos filmes em torno do boxe, com destaque A Grande Farsa, no qual Humphrey Bogart interpreta o jornalista que denuncia a manipulação das lutas do brutamontes Primo Carnera, famoso lutador ítalo-argentino na década de 30.
Fez sucesso Touro Indomável, que deu o Oscar ao ator Robert de Niro. Mas nenhum filme esportivo foi tão marcante quanto Carruagens de Fogo, sobre a equipe olímpica de atletismo da Inglaterra nos Jogos de Paris em 1924.
Outro dia, entretanto, tive o prazer de assistir a dois filmes cujo tema central foi o futebol: um antigo, filmado em 1981, com o título de Fuga para a Vitória; outro novo, Duelo de Campeões, que conta a aventura da seleção de futebol dos Estados Unidos, inteiramente amadora, que disputou a Copa do Mundo de 1950 e conseguiu a façanha de derrotar os inventores do futebol, a seleção da Inglaterra, por 1 a 0, em Belo Horizonte.
A trama do filme mais recente aborda a vida dos jogadores em St. Louis, provinciana cidade americana em que mais se praticava o soccer pela influência dos imigrantes. Trata-se de uma produção simples, relativamente barata, mas realizada com esmero e que retratou bem o grupo de jovens americanos que se agita em torno do heróico objetivo de embarcar para o Brasil.
Fuga para a Vitória foi uma produção mais elaborada, filmada na Hungria e com o grande John Houston como diretor para rodar um drama de guerra temperado com futebol.
Contou com estrelas do cinema como Sylvester Stallone, Michel Caine e Max von Sydow, além dos astros dos gramados como Bobby Moore, campeão mundial pela Inglaterra em 1966, já falecido; Ardiles, campeão com a Argentina em 1978; e Pelé, tricampeão mundial pelo Brasil. O Rei do futebol interpretou Fernández, um soldado de Trinidad e Tobago.
A história se passa na Segunda Guerra Mundial e narra um jogo de futebol entre oficiais nazistas e uma seleção de prisioneiros aliados. No intervalo da partida que os alemães estão vencendo por 4 a 0, os prisioneiros têm a chance de escapar. Mas Pelé acaba por convencer todos a voltar para o gramado e tentar a vitória.
O gol da virada é marcado pelo personagem de Pelé, mas com a marca do craque: de bicicleta. O engraçado é que a idéia inicial era que Stallone, o mocinho do filme, executasse o lance. Só que ele não levava o mínimo jeito para jogar futebol e John Houston tomou a decisão óbvia de escalar Pelé. Stallone não se chateou por ter sido substituído na cena, mas ficou bastante enciumado, como relatou o próprio Pelé mais tarde.
Fora da tela, os fãs húngaros viviam em cima de Pelé, dos outros jogadores e dos atores europeus, praticamente ignorando Stallone. Isso deixava o interprete de Rocky Balboa e Rambo maluco.
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