As belezas naturais do Rio de Janeiro e a simpatia dos cariocas contrastam com as incertezas que emolduram esses dias de intensa preparação para a abertura da Olimpíada 2016.
Todos lamentam a caótica situação em que se encontra o estado fluminense, vitimado por governantes irresponsáveis e a quebradeira da Petrobras, mas a Olimpíada está aí e não tem volta.
A esperança de todos é que se mantenha uma paz temporária no Rio, mesmo com a segurança pública enfrentando grandes dificuldades para conter três facções criminosas fortemente armadas em guerra entre si e contra a polícia.
A esperança de todos é que a presença ostensiva das Forças Armadas consiga repetir o êxito de segurança obtido na Eco-92, no Pan-07, na Rio+20-12 e na Copa do Mundo-14.
A esperança de todos é de que as dicas na web do Estado Islâmico de como atacar o Rio durante os Jogos não passem de propaganda e movimento para intimidar autoridades, atletas, mídia, turistas e a população em geral.
Também precisamos relevar a ausência da equipe de atletismo russa, que teve a suspensão confirmada pelo Tribunal Arbitral de Esportes.
Ufa, vamos tentar conversar um pouco sobre as atividades esportivas.
O assunto que gostaria de abordar diz respeito aos repetidos fracassos do futebol olímpico brasileiro. Se a seleção principal ganhou cinco copas mundiais, a seleção olímpica conseguiu apenas três medalhas de prata e duas de bronze.
Mesmo contando com craques como Careca, Bebeto, Romário, Rivaldo, Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho, Roberto Carlos, Neymar e outros nas últimas décadas, os olímpicos voltaram sem o título de campeão.
Agora, jogando em casa, renovam-se as expectativas. Se bem que esse negócio de jogar em casa não funcionou para a seleção principal nas Copas de 1950 e 2014.
Mas as probabilidades positivas giram em torno dos jogadores e não do retrospecto que, na realidade, deve ser esquecido, afinal os tabus existem para serem quebrados.
Já passou da hora de o futebol brasileiro ganhar a medalha de ouro na Olimpíada.
O ataque não poderia ser melhor no momento: Gabriel, Gabriel Jesus e Neymar. O primeiro brilha no Santos, o segundo é a maior revelação do Palmeiras e o terceiro é um dos principais jogadores do Barcelona.
Resta saber se o time responderá em campo como conjunto. Futebol é uma modalidade que não adianta contar com diversos jogadores fora de série sem organização tática, padrão de jogo definido e entrosamento perfeito. Entenda-se como entrosamento não só a parte técnica, mas motivacional e com gana de vencer.
Este será o maior desafio do futebol olímpico na nova tentativa de sucesso absoluto.
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