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A maioria dos principais clubes confessou viver em estado de penúria e corre o chapéu pelos gabinetes dos parlamentares, em Brasília, pedindo ajuda na aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte. Porém, nenhum dirigente admite hospedar os seus profissionais em hotel que não seja padrão cinco estrelas e muito menos deixa de pagar salários irreais para treinadores defasados ou jogadores decadentes.

Os cartolas também não aceitam as propostas do movimento Bom Senso FC para uma revolução estrutural a partir da criação da Primeira Liga dos Clubes – nos mesmos moldes que há décadas faz sucesso na Europa – deixando para a CBF cuidar da seleção e das federações, as quais deveriam ocupar-se exclusivamente das ligas amadoras e não mais do futebol profissional que se transformou em um negócio muito grande para a incapacidade das entidades estaduais.

A elaboração de um calendário racional, destinando os campeonatos estaduais apenas para os clubes que estão fora das principais divisões nacionais, movimentando dezenas de cidades que deixaram de contar com equipes profissionais por falta de patrocinadores e apelo popular. Os grandes clubes se fortaleceriam e, consequentemente, poderiam investir mais nas categorias de base e na modernização administrativa para elevar o patamar do futebol como um todo e não em partes como, lamentavelmente, vem acontecendo.

Não faz sentido a relação entre clubes quebrados, estádios vazios, prejuízos, arbitragens medíocres, treinadores ganhando muito dinheiro e as equipes apresentando rendimento insatisfatório, jogadores indisciplinados e violência sem fim entre as irracionais torcidas organizadas. Estão esperando o que para mudar e sair desse estagio recheado de irrealidades?

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EFABULATIVO: Curitiba perdeu Carlos da Costa Coelho, homem fino, educado, elegante e bem-humorado que durante mais de cinquenta anos comandou a loja de roupas masculina mais refinada da cidade. Atleticano inveterado nasceu no mesmo ano da fundação do seu clube de coração e despediu-se dos amigos em meio as homenagens pela comemoração dos seus 90 anos muito bem vividos.

Deixou muitas histórias e entre elas uma passagem dos anos 1950 quando retornava de São Paulo para onde foi às compras. Embarcou no avião da Panair do Brasil e cumprimentou a passageira sentada na poltrona ao lado, beijando-lhe a mão. Trajando vistoso paletó xadrez, tipo Príncipe da Gales – o máximo da época – lenço esparramado para fora do bolso, gravata com gigantesco nó quadrado, chapéu chique no estilo Nat King Cole com peninha e tudo, pediu licença e sentou-se ouvindo da senhora que se derramava inquieta:

– Pela roupa, o senhor é mágico, não é? – Não, minha senhora...

– Mas, então, o senhor dirige algum circo internacional?– Não...– Ah, já sei ! O senhor é argentino?

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