A semana teve notícias para todos os gostos. Do ódio destilado pelo presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad contra o simpático polvo Paul, que barbarizou na Copa, até a proibição das touradas na Catalunha. Passamos pela queda de Maradona na seleção argentina, os massacres do Inter sobre o São Paulo e do Santos sobre o Vitória com escores pequenos diante das oportunidades de gol criadas , a sanção do projeto de lei que alterou o Estatuto do Torcedor e até o asteroide que pode colidir com a Terra em 2182.
Tudo isso sem esquecer-se da abertura da janela de transferência para o futebol internacional. Explicar a uma loura a tal "janela de transferência" é quase tão difícil quanto explicar a um inglês o nosso venerando ponto facultativo.
Mas, sem delongas, como diria aquele veterano cronista, vamos aos fatos da semana: os cientistas descobriram que um grande asteroide pode colidir com a Terra e identificaram até o dia, 24 de setembro de 2182. E não se trata de brincadeira dos maias, que estão agitando os supersticiosos com o calendário que anuncia o fim dos tempos para 2012. Ou seja, se os Maias estiverem certos, nem adianta investir no potencial construtivo da Arena porque não haverá Copa e muito menos mundo.
A Catalunha é a região mais rica e desenvolvida da Espanha e luta pela independência há mais de 200 anos.
Na última vez que estive em Barcelona, fui surpreendido por um feriado inesperado e bastante curioso: lembrava-se a data em que o imperador Napoleão Bonaparte invadiu o país, que nunca mais voltou a existir, pois com a retirada das tropas francesas a Catalunha passou a fazer parte da Espanha e a briga do povo catalão se arrasta até os dias de hoje. Brinquei com alguns que participavam da festividade nas ramblas de Barcelona que eles estavam comemorando uma derrota. Responderam que se tratava de uma derrota em termos, já que o objetivo era lembrar que um dia a Catalunha já foi país independente.
Depois da conquista da Copa, com marcante presença da maioria dos jogadores do Barcelona, o parlamento regional vetou as tradicionais touradas e desafiou o país, reabrindo a discussão sobre a sua autonomia.
Para o futebol, o assunto mais importante foi o endurecimento da lei que criou o Estatuto do Torcedor que, na prática, ainda não pegou para valer. Até a mudança, anunciada com pompa e circunstância pelas autoridades, as regras pouco foram aplicadas em vários assuntos envolvendo direito dos torcedores.
As torcidas organizadas, alvo principal na mira da reforma, reagiram por meio de seus integrantes, afirmando que as músicas que provocam os rivais seguirão nos estádios, pois não pretendem perder o direito a liberdade de expressão.
Muita coisa ainda necessita ser feita na infraestrutura do futebol brasileiro para exigir o cumprimento dos direitos e deveres do torcedor.
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