Alguns estão aflitos com o excessivo favoritismo da seleção brasileira antes da estréia.
Claro que se trata de mera especulação, tanto das celebradas bolsas de aposta de Londres quanto dos futurólogos de plantão. Alguns quebraram solenemente a cara, como aconteceu na Copa passada, com o banco de investimentos Goldman Sachs, dos Estados Unidos.
O banco americano entrou em campo afirmando, através de um relatório, que o Brasil não reunia condições de ganhar o título no Mundial da Coréia do Sul e do Japão.
Segundo os analistas do banco, Argentina, França, Itália e Espanha fariam as semifinais e, como se sabe, foram mal das pernas, sendo que Argentina e França sequer chegaram às oitavas-de-final.
Agora foi a vez de um banco suíço arriscar o palpite e, novamente, descartou o Brasil, adiantando que a Itália será a campeã.
Por isso quem acredita que o clima de euforia da torcida brasileira possa influenciar negativamente os jogadores, esqueça. Afinal, é muito simples surgir um especulador do mercado financeiro afirmando que a seleção brasileira iria mal porque o seu retrospecto não era positivo. O Brasil voltou pentacampeão para casa.
É muito natural, portanto, que após as recentes conquistas do pentacampeonato, da Copa América e da Copa das Confederações, com Ronaldinho Gaúcho reeleito o melhor jogador do mundo, a preferência seja nossa.
Mas quem tem experiência em futebol e conhece, minimamente, os sortilégios da bola sabe que esse favoritismo pode desaparecer se o goleiro Dida falhar em algum lance, se a zaga titubear nas bolas aéreas, se os veteranos alas não corresponderem e se os grandes craques não souberem fugir dos rígidos sistemas de marcação.
Porém Parreira e jogadores têm plena consciência das dificuldades que terão pela frente já que, historicamente, Copa do Mundo nunca foi fácil e o menor descuido na fase de mata-matas é o que basta para desfazer todos os sonhos.
A seleção brasileira terá de entrar em campo, a partir de terça-feira contra a Croácia, com corpo e espírito de vencedor. Ou seja, precisa encarnar o desejo de vitória aliado à boa técnica e à determinação para que os objetivos sejam alcançados.
O Brasil deve jogar como Brasil. Respeitando os adversários, mas impondo a sua indiscutível superioridade técnica, tanto no plano individual quanto coletivo, pois ninguém ganha jogo sozinho, fazendo fírulas ou jogadas desnecessárias.
Nenhum time, por melhor que tenha sido, ganhou algum título na véspera ou, como se diz popularmente, no papel.
É preciso estar preparado para a glória e ela exigirá muitos sacrifícios ao longo da competição.
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