Nos tempos que frequentava os treinos dos nossos times conheci muita gente e aprendi bastante. Os dirigentes eram amáveis e os profissionais mais idealistas e menos mercantilistas do que hoje. Os jornalistas também eram mais respeitadores e a reciprocidade estabelecia um clima de camaradagem.

CARREGANDO :)

Quem ganhava com isso era o torcedor – ouvinte ou leitor – que recebia informações corretas e comentários elaborados em fatos bem acompanhados. Atualmente os repórteres enfrentam obstáculos em diversos clubes, sendo que alguns restringem ao máximo a atuação da imprensa, e até mesmo proíbem o trabalho no dia a dia.

Mas fiz todo esse preâmbulo para chegar ao antológico capitão Hidalgo, tetracampeão pelo Coritiba, e depois comentarista de rádio e televisão com quem tive a honra de trabalhar. Recordo que antes de uma partida decisiva, acompanhava o treinamento do Coxa ao lado do supervisor Almir de Almeida, do gerente Hélio Alves e do técnico Tim quando no final Hidalgo aproximou-se e disse:

Publicidade

“O jogo de amanhã é o tipo do jogo que dá gosto jogar. Tem tudo para ser um jogão e se vencermos entraremos na história do clube”. E todos entraram mesmo, pois o Coritiba conquistou o seu primeiro tricampeonato em Bandeirantes.

Pensando no que escrever sobre a partida entre Coritiba e Londrina, lembrei dessa passagem ocorrida há 42 anos. O jogo de domingo será daqueles que todo atleta gosta de participar. Tem tudo para ser um jogo bom, bem disputado e que ao final premiará a melhor equipe em campo. Só espero que os times estejam dispostos a mostrar suas qualidades técnicas, sem agressividade e, sobretudo, sem se preocupar com a arbitragem. Se conseguirem se conscientizar de seus recursos certamente brindarão o publico com um belo espetáculo.

Psicologia

Assistindo ao jogo em que o Atlético se arrastou em campo frente ao frágil Remo e sob vaias conseguiu a classificação nas penalidades, conclui que é fundamental uma abordagem psicológica no elenco. Em todos os jogos o Atlético se desmancha em campo. E, atingido esse ponto, não há retorno, o Atlético deixa de ser Atlético. Há um descontrole, um desacerto, uma queda no moral.

Não tenho certeza, é apenas uma hipótese, se isso tem a ver com a impressão de que a comissão técnica e os jogadores ficam isolados no CT do Caju sem a presença de dirigentes que possam lhes transmitir confiança, atitude e apoio para uma ampla recuperação.O que deixou de ser impressão, passou a ser certeza, é que certos jogadores importantes do limitado grupo caíram muito de produção.

Se Enderson Moreira está indicando as novas contratações para o Campeonato Brasileiro, é preciso paciência com ele. Será pior montar um time com suas sugestões e dispensá-lo pela intolerância da torcida. Muita calma nessa hora.

Publicidade