Atlético e Paraná estão sentindo o calor que vem de baixo, ainda mais agora que o Flamengo começa a tomar jeito na vida e dá sinais de que vai sair da zona negra do campeonato. Pela primeira vez nesta temporada, os nossos representantes estão verdadeiramente ameaçados pelo fantasma do rebaixamento.
A partir desta rodada, as esperanças da dupla paranaense estão depositadas na mudança do comando técnico. Ambos trocaram a guarda no mesmo dia e tiveram a semana inteira para que Lori Sandri e Ney Franco começassem a conhecer os elencos, as características dos jogadores e, naturalmente, as enormes dificuldades que encontrarão. Tecnicamente, os dois times estão abalados e enfraquecidos diante dos modestos investimentos realizados.
O Paraná partiu para uma política de resgatar velhos conhecidos, como Batista, Muçamba e outros na tentativa de reviver melhores momentos de passado recente. Mas continua faltando aquele companheiro para aproximar-se de Josiel, como fazia Dinélson nas bem transadas jogadas ofensivas.
Mas, como o Juventude também anda caindo pelas tabelas e o jogo será na Vila Capanema, dá para a torcida tricolor respirar fundo e acreditar na vitória.
Mais complexa é a missão do Atlético, pois além do baixo astral que domina o clube há meses, verifica-se uma sucessão de lesões que atrapalha qualquer projeto de recuperação.
Vejo o técnico Ney Franco na posição daquele médico tentando curar o seu paciente com um termômetro cuja numeração está ilegível. Ele fica sabendo que pela tarde a temperatura está mais alta de um grau, mas não sabe no fim das contas se o paciente está com febre. Fica difícil receitar um antipirético.
Para complicar, o Internacional está saradão.
A nave Coxa
Depois de passar pelo cabo da Boa Esperança e pelo cabo Horn juntos, com volume de tormentas só comparável aos produzidos pelos estúdios de Hollywood, a nave Coxa navega em águas mansas.
E com as bandeiras despregadas de tanta confiança e otimismo o capitão René Simões segue firme como timoneiro, prometendo nova atuação de garra para arrancar mais alguns pontos fora de casa.
Esta é a receita do Coritiba: vencer no Alto da Glória e contabilizar o máximo possível de pontos no estádio dos adversários. Não foi fácil até o triunfo em Marília que, além da conquista dos três pontos, revigorou a confiança do grupo e deu aquele embalo necessário para fechar o turno em situação privilegiada.
O Paulista não é adversário de meter medo, o que implica, automaticamente, o aumento da responsabilidade do Coritiba. Ou seja, esta é o tipo da partida, longe da torcida, que a equipe pode se dar bem. Basta entrar em campo com a determinação que se espera de um time pronto para voltar à Primeira Divisão.
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