Após o empate por 3 a 3 na Arena da Baixada, todos sabiam que a partida no interior paraguaio seria difícil. Mas havia esperança da torcida na recomposição defensiva, afinal é o setor mais consistente e que garantiu a boa campanha no Brasileiro e a consequente vaga na Libertadores.
Entretanto, diante das falhas no primeiro jogo, também estava contida uma dose de preocupação, especialmente porque o técnico Paulo Autuori insistia na escalação do lento segundo volante Lucho González.
Pois não há de ver que foi exatamente o argentino a grande personagem da dramática disputa naquele modesto estádio de Capiatá, quarta-feira (22).
Além de realizar a sua melhor apresentação com a camisa rubro-negra, ele aproveitou o desvio do zagueiro Paulo André, depois do corner cobrado por Nikão, para finalizar com segurança para o fundo das redes do Deportivo Capiatá. Foi La noche de Lucho registrando mais um feito histórico na longa trajetória internacional do Atlético, o El Paranaense, para entrar no clima da Libertadores.
Mas teve mais em La noche de Lucho, muito mais. Teve drama, luta, disputa acirrada, muitas faltas, grande coleção de advertências com la tarjeta amarilla, até mesmo lances empolgantes e, tristemente, racismo por parte da torcida local contra os jogadores do Furacão.
Como estamos acostumados a ser chamados de “macaquitos” pelos gringos, restou a revolta de todos e o sorriso de uma vitória consagradora em cima de odiosos racistas semialfabetizados.
Tecnicamente a partida foi sofrível, pois o time atleticano encontrou muitas dificuldades para impor o ritmo diante do aguerrimento e intensa ocupação de espaço dos paraguaios. Tornou-se um duelo quase corporal, com muitas infrações, interrupções, enfim um arsenal de lances que ajudaram a equipe que detinha vantagem no placar.
Restou ao Atlético o reencontro com a absoluta segurança da zaga reforçada pela entrada de Wanderson aos 15 minutos do segundo tempo exatamente para fechar o cinturão defensivo. Foi uma medida extrema e absolutamente acertada do técnico Paulo Autuori.
Grupo 4
Desde o sorteio da Conmebol todos destacaram que o Grupo 4 seria o mais difícil e, por isso mesmo, logo timbrado como o grupo da morte desta edição da Libertadores.
O Atlético terá pela frente três adversários de primeira linha do futebol continental: Universidad Católica, do Chile; San Lorenzo, da Argentina; e Flamengo.
Serão mais três meses de emoções garantidas a frenética torcida atleticana com início marcado para daqui 12 dias na Arena da Baixada.
Grande responsabilidade do nosso representante, muita exposição na mídia e bom faturamento.
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